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Empreendedorismo feminino aposta na inovação diante de nova onda de covid

Pequenos negócios, que enfrentaram a pandemia em 2020 e conseguiram inovar, continuam a crescer em 2022

Empreendedorismo feminino aposta na inovação diante de nova onda de covid
Professora de Artes Visuais Andrea Consentino, da Consentino Cerâmica
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Empreendedoras brasileiras estão usando a inovação para vencer as restrições impostas pela nova onda da pandemia da covid-19. Redes sociais, tecnologia, criatividade e muita insistência são algumas das ferramentas para manter seus negócios em pleno funcionamento e expansão. 

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De 40 para mais de 800 alunos. Essa foi a trajetória de mercado da professora de Artes Visuais Andrea Consentino, da Consentino Cerâmica, durante a pandemia. Ela conta que em 2020, com a chegada da covid-19, tentou buscar em plataformas de videoconferência uma alternativa para aulas on-line de pintura em cerâmica. No entanto, não deu certo. 

Consentino tentou, então, entregar as cerâmicas nas casas das alunas, com algumas orientações, e de lá elas fazerem o trabalho. Por um tempo, a estratégia funcionou, mas Andrea percebeu que queria um contato maior com seus alunos. Começou assim com aulas ao vivo. 

"Não queria aula gravada, queria que as pessoas tivessem contato, uma interação comigo -- via internet --, que era uma coisa diferente. Mas eu ainda não tinha muitos recursos tecnológicos. Tinha uma câmera um pouco melhor já nessa altura. Isso já me ajudou super, começou a aumentar muito o meu público", destaca a professora.

O ateliê, que há 12 anos funciona na cidade de Atibaia, interior de São Paulo, passou a ter alunos de outros estados, como Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais. Essa pequena mudança para aulas ao vivo já trouxe mais alunos para a escola de Andrea. No entanto, ao perceber, em janeiro de 2021, que a pandemia não iria embora tão cedo, a professora investiu em equipamentos melhores e além de ensinar ao vivo, passou a gravar algumas aulas. 

Professora de Artes Visuais Andrea Consentino, da Consentino Cerâmica | Divulgação

"Foi o que me deu um impulso bem grande para conquistar um mercado muito maior. Hoje, temos alunos do mundo todo. Em 2021, foram mais de 800 estudantes. Meu negócio, sem dúvida, cresceu demais. Eu tinha só uma colaboradora no ateliê quando tudo começou e hoje a gente tem um time de dez pessoas trabalhando. Gerou empregos também, foi muito positivo para nós e para os alunos que não tinham acesso ao meu trabalho antes", celebra Andrea.

Um outro ponto que a empreendora relembra é a interação em suas redes sociais. No início da pandemia, a sua conta do Instagram tinha poucos posts e era mais utilizada como um portfólio. Hoje, a plataforma conta com mais de 12 mil seguidores e funciona como um local de relacionamento com seu público. "Mudou o conceito que a gente tinha dessas ferramentas virtuais. Então, hoje a gente está bem mais presente nas redes sociais, no YouTube estamos com um canal, que está sendo muito bem aceito", ressalta.

Além da série de tentativas e da estratégia adotada pela empreendedora, o conteúdo e a forma de ensino, que envolve não só as artes, mas também a psicologia, são o diferencial do trabalho de Andrea. 

"Tenho licenciatura em Artes Visuais, me formei na Escola de Belas Artes de São Paulo, sou professora de Artes. Conheço a cerâmica por meio da minha mãe, que tinha um ateliê desde que eu era criança. Por causa da troca com meus alunos fui atrás de uma pós-graduação em Arteterapia, na Unesp. Isso me ajudou muito a conseguir melhorar meu atendimento com as pessoas e entender o que eu estava fazendo de verdade ali. Não estava só ensinando a pintar e desenhar, tinha uma transformação muito importante acontecendo. É uma arte que promove o bem-estar", explica.

61% de micro e pequenos empresários estão animados com as novas oportunidades
83% dos micro e pequenos empresários pretendem fazer algum investimento no seu negócio em 2022

Fonte: Sebrae

Sobre a nova variante Ômicron, Andrea diz que tem medo -- além da questão sanitária e do aumento de casos -- do cenário econômico e do impacto que pode vir a ter para pessoas com poder aquisitivo menor, ante o aumento do nível de desemprego. No entanto, em relação ao seu trabalho, a empreendedora não tem nenhum receio. "Porque a gente desenvolveu uma competência muito grande nesse tipo de atendimento hoje e se as pessoas continuarem em casa elas têm essa alternativa. Se elas puderem ter uma terapia, uma ocupação, quando você está ali pintando cerâmica está produzindo arte, meditando, coisas imprescindíveis quando você está no seu ambiente mais fechadinho", diz.

Pequenos negócios nascidos na pandemia

Mas e como estão as pequenas empresas que nasceram durante os anos de 2020 e 2021? Para Kamila Cantanhêde, empreendedora e analista de compras, moradora do Distrito Federal, começar do zero foi a única opção. Em maio de 2020, ela foi demitida do seu emprego na área hospitalar. Com uma filha de nove meses para criar, medidas de isolamento e muitos estabelecimentos fechados, precisou tomar a frente das finanças da família. 

A jovem trouxe sua paixão de criança para guiar o seu próprio negócio: artigos de papelaria delicados. Em seu quarto, pesquisou sobre o mercado, fornecedores e o que precisava para começar.

Kamila Cantanhêde, empreendedora e analista de compras | Divulgação

Canetas coloridas, cadernos temáticos e figurinhas adesivas tomaram as estantes da sua casa. Em outubro de 2020, Kamilla e seu marido criaram se tornaram microempreendedores individuais (MEIs) e começaram a vender produtos direto da fábrica. Com a participação em feiras de pequenos empreendedores, o público começou a aumentar e foi preciso comprar uma loja para colocar os produtos de papelaria.

Em janeiro de 2021, a loja Star Store, pintada de cor de rosa pelo marido e seu avô, foi inaugurada em Vicente Pires, região administrativa do DF. No entanto, as vendas on-line continuam sendo um sucesso. Kamila conta que foi preciso criar e persistir para que o negócio deslanchasse. "Me reinventei. Nunca imaginei ser empreendedora e que teria talento para isso. Tive que perder a timidez e aparecer nas redes sociais para vender meus produtos", conta.

Kamila acredita que o aprimoramento das ferramentas on-line -- site e formas de pagamento --, além de melhorias no envio dos produtos, foram os seus diferenciais para vencer as restrições da pandemia da covid-19, que agora com a nova variante Ômicron, vão ser mantidas. "Medo sempre vai existir né, mas precisamos ter fé e coragem de que podemos superar", arremata otimista.

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