Boletim Focus: expectativa de inflação anual sobe pela 26ª vez
Pesquisa do BC reflete pessimismo do mercado financeiro, que também prevê alta dos juros
O mercado financeiro permanece pessimista em relação à escalada da inflação no país. De acordo com o Boletim Focus desta semana, divulgado pelo Banco Central com estimativas dos agentes do setor, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador da inflação oficial, subiu pela 26ª vez seguida, passando de 8,45% para 8,51% neste ano. Para 2022, a estimativa de inflação é 4,14%.
Agosto registrou a maior inflação para o mês desde 2000, de 0,87%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa foi impactada pelo aumento do preço dos combustíveis. No acumulado do ano, o índice ficou em 5,67%. No período de 12 meses terminado em agosto, a inflação somou 9,68%, a maior desde fevereiro de 2016, quando o índice alcançou 10,36%.
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A inflação de setembro será divulgada pelo IBGE na próxima 6ª feira (8.out), mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ? 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, atingiu 1,14% no mês, a maior taxa do indicador para o mês de setembro desde 1994 (1,42%).
Os percentuais estão bem acima da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2021, que é de 3,75% ao ano, com margem de flutuação de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, que foi elevada em setembro de 5,25% ao ano para 6,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). E, de acordo com a ata da última reunião do comitê, a sinalização é de nova alta da Selic, em mais 1 ponto percentual, já na próxima reunião, marcada para o fim de outubro.
O mercado financeiro estima que a Selic feche 2021 em 8,25%. A taxa de juros é usada como instrumento de política monetária para estimular ou conter a atividade econômica, dependendo da trajetória da inflação.