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A investidor, Bolsonaro defende vacina e ação contra a pandemia

Presidente destacou a reforma tributária para melhorar ambiente de negócios

A investidor, Bolsonaro defende vacina e ação contra a pandemia
Bolsonaro discursa no Fórum de Investimentos Brasil 2021
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Durante abertura do Fórum de Investimentos Brasil 21, organizado pela Apex-Brasil, BID e Governo Federal, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a vacinação em massa da população para controle da pandemia e disse que o Brasil não poupa esforços para controle da crise sanitária e de saúde. As declarações vão na contramão das práticas e discursos a apoiadores internos, que vão desde críticas ao lockdown, promoção de aglomerações com manifestações e até deboches da eficácia dos imunizantes, feitos no passado. 

"Diante dos naturais desafios que o país vem enfrentando, há evolução positiva: o Brasil já aplicou mais de 65 milhões de doses de vacina. Mais de 20% da população brasileira já recebeu pelo menos a primeira dose de imunizante contra a Covid-19. Para além das duas variedades de vacinas já sendo utilizadas, fechamos, em maio, acordo para compra de mais 100 milhões de doses da Pfizer. Ainda há riscos no curso da pandemia, mas temos feito e continuaremos a envidar nossos melhores esforços para mitigá-los", disse o presidente em trecho do discurso [o texto completo está disponível no final].

A CPI do Senado, que apura falhas do Governo Federal no controle da pandemia, já mostrou que os esforços, no entanto, não ocorreram ou vieram com atraso. No segundo semestre de 2020, o Governo Federal recusou pelo menos 10 propostas de vacinas da Pfizer. Também recusou antecipação de vacinas do Instituto Butantã, que começou a aplicar as doses na população com o apoio do Governo de São Paulo. 

Outras práticas que apresentam incoerência com o discurso foram as críticas ao lockdown e promoção de uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada contra a Covid. As ações também são alvo da CPI, que deve ouvir novamente o ex-Ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual, Marcelo Queiroga.

Ambiente de negócios

Ainda no discurso de participação no Fórum, Bolsonaro destacou a simplificação tributária como um dos pilares para melhorar o ambiente de negócios e reduzir a burocracia brasileira. Também disse que o Governo está empenhado em privatizações e concessões à iniciativa privada para que se concentre no desenvolvimento de políticas públicas essenciais ao desenvolvimento. 

O presidente também voltou a cobrar, de forma indireta, o apoio internacional aos serviços ambientais prestados na Amazônia. E defendeu a exploração econômica sustentável da região, como forma diminuir o que ele chamou de paradoxo entre a riqueza ambiental do bioma e o baixo desenvolvimento local.

Confira o discurso completo:

Senhores ministros Eduardo Ramos, da Casa Civil; Paulo Guedes, da Economia; Carlos França, das Relações Exteriores; senhor Roberto Fendt, Secretário Especial de Comércio Exterior; senhor Augusto Pestana, presidente da Apex, senhor Mauricio Claver-Carone, presidente do BID. Senhoras e senhoras do Brasil e de outros 101 países inscritos neste Fórum.

É com enorme satisfação que me dirijo aos Senhores e Senhoras nesta oportunidade ímpar para discutirmos o desenvolvimento econômico do país e para que se constituam e solidifiquem redes que permitam o incremento dos negócios.  

São expressivas as metas desta edição do Fórum de Investimentos do Brasil. Ao todo, deverão ser apresentados 60 projetos de investimentos, com um valor de carteira estimado em cerca de 72 bilhões de dólares. Além disso, a partir das propostas desenvolvidas aqui, espera-se que o país receba aproximadamente 50 bilhões de dólares em investimentos e gere 22 mil empregos entre 21 e 22.

Como uma das dez maiores receptoras de investimentos estrangeiros diretos no mundo, a economia brasileira já retomou o seu crescimento e geração de empregos. A participação de tantos executivos de empresas globais relevantes neste evento reflete o interesse que partilhamos ao ver o Brasil produzir cada vez mais e melhor.

Em 2019, comentei no BIF sobre as perspectivas para o Brasil. Em especial, tratei de minhas percepções sobre as regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil. O Centro-Oeste, uma região de agropecuária competitiva internacionalmente, que já contribui decisivamente para alimentar o mundo. O Norte, com potencial econômico ímpar, mas ainda muito aquém de sua realização. Em ocasião mais recente, durante a última Cúpula do Clima, chamei a atenção para o "paradoxo amazônico" em que o baixo desenvolvimento contrasta com a riqueza ambiental única no planeta.

A adequada remuneração dos serviços ambientais prestados pela região amazônica, a concretização da bioeconomia e a exploração sustentável dos recursos florestais, minerais e agrícolas de forma inovadora são imperativos para superar esse paradoxo.

Nunca tive dúvidas de que é falso considerar opostos o desenvolvimento e a sustentabilidade. Desejo, sim, ver o investimento, a ciência, a tecnologia e a inovação se converterem em aumento de emprego e renda para as populações amazônicas.

Em minhas viagens ao Norte e ao Nordeste tenho acompanhado as obras de infraestrutura que contribuirão para o desenvolvimento dessas regiões. Obras norteadas pela sustentabilidade, que buscam melhor integrar o país e trazer crescimento econômico.

Senhores investidores,

Meu Governo tem compromisso com reformas e projetos estruturantes para reduzir o "custo Brasil".

Trata-se de aperfeiçoar normas e políticas para melhorar o ambiente de negócios. Para isso, desenhamos soluções tributárias que asseguram a estabilidade macroeconômica em contexto de desafios orçamentários. Engajamos o setor privado, nacional e estrangeiro, na solução de nossos conhecidos gargalos logísticos e de infraestrutura. Queremos, a um só tempo, maior abertura e liberdade econômicas, mais competição e maior estímulo à iniciativa privada, reservando-se ao Estado, ao mesmo tempo, o papel que lhe cabe nas várias políticas públicas essenciais ao desenvolvimento.

É com esse foco que temos buscado, em meu governo, negociar acordos econômicos amplos e modernos, que nos conectem ainda mais aos fluxos mundiais de comércio, investimentos, tecnologias e ideias. Queremos políticas públicas de êxito, internacionalmente reconhecidas e baseadas em evidência empírica, além de modernizar e tornar mais transparente e simples nossa legislação. Por essa razão, entre outras, queremos nos tornar membros da OCDE. Defendemos um sistema multilateral de comércio sem protecionismo, fundamentado em regras. Por isso, buscamos fortalecer a OMC. Desejamos intensificar a interação econômica com nossa região, o que significa um MERCOSUL e uma América do Sul mais dinâmicos, livres e democráticos.

Senhoras e Senhores,

A atual crise sanitária enseja preocupações, mas não tem o poder de comprometer o longo prazo de uma das maiores economias do mundo. O Brasil está, mais do que nunca, preparado para oferecer oportunidades únicas a investidores de todo o mundo por suas potencialidades, assim como por sua segurança jurídica e econômica, que busquei fortalecer durante meu Governo.

Ainda com respeito à crise sanitária, manifesto meu pesar às famílias das vítimas. Diante dos naturais desafios que o país vem enfrentando, há evolução positiva: o Brasil já aplicou mais de 65 milhões de doses de vacina. Mais de 20% da população brasileira já recebeu pelo menos a primeira dose de imunizante contra a Covid-19. Para além das duas variedades de vacinas já sendo utilizadas, fechamos, em maio, acordo para compra de mais 100 milhões de doses da Pfizer. Ainda há riscos no curso da pandemia, mas temos feito e continuaremos a envidar nossos melhores esforços para mitigá-los.

Estamos aqui para discutir exatamente a relação entre os investimentos diretos e temas como inovação; novas fontes de energia e meio ambiente; infraestrutura logística. Todos esses assuntos são fundamentais para o desenvolvimento econômico e sustentável do Brasil. Estou certo de que importantes investimentos e negócios surgirão nos intercâmbios e experiências que aqui terão lugar.

Muito obrigado.

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