"Democracia brasileira reagiu à pandemia de forma vigorosa", diz Guedes
Para ministro, auxílio emergencial foi essencial para que PIB não tivesse uma queda maior em 2020
Guilherme Resck
O ministro da Economia, Paulo Guedes, participa nesta 3ª feira (4.mai) de uma audiência pública conjunta das comissões da Educação (CE), Finanças e Tributação (CFT), Seguridade Social e Família (CSSF), e Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP), na Câmara dos Deputados, e, durante o discurso inicial, destacou os programas lançados pelo governo para combater a crise econômica provocada pela pandemia, além de apontar expectativas para o trabalho do Executivo em 2021.
"2020 foi um ano trágico, trágico não só para o Brasil, mas para a humanidade. [A Covid-19] Foi uma doença de proporções bíblicas", iniciou Guedes. Segundo ele, o Ministério da Economia não demorou para tomar medidas de proteção à população assim que soube do impacto econômico que o coronavírus causaria no país e, nas semanas seguintes ao dia 11 de março do ano passado - data em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou pandemia -, "nós liberamos tudo que poderia ser feito, infraconstitucionalmente".
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Em outro momento, destacando a importância das mudanças realizadas na previdência em 2019, Guedes pontuou: "Nós não teríamos conseguido combater a pandemia, nós teríamos sido engolidos pela crise, o Brasil teria realmente colapsado, se nós não tivéssemos previamente conseguido aquela reforma da previdência".
Ainda na visão do ministro, o auxílio emergencial e linhas de créditos especiais abertas pelo governo no ano passado - propiciados pela aprovação da chamada PEC do "orçamento de guerra" pelo Congresso - foram essenciais para que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caísse menos do que o de países desenvolvidos, entre os quais o Reino Unido e o Japão. O PIB nacional sofreu uma queda de 4,1% em 2020.
Sobre o auxílio emergencial especificamente, Guedes afirmou que foi uma criação de sua equipe e, por causa do Bolsa Família, "nós já sabíamos que o dinheiro indo direto para o pobre, sem intermediários, era efetivo". Nas palavras dele, "a ideia de que você tem que ajudar o pobre direto, sem intermediário, com a transferência de renda direta, o dinheiro na veia, essa é uma ideia poderosa, forte, então, quando bateu a pandemia, nós imediatamente desenhamos isso".
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O ministro reforçou, porém, que o benefício foi aperfeiçoado pelo Congresso e que sempre estava trabalhando em conjunto com os parlamentares. "Eu confio na democracia brasileira. E a democracia brasileira reagiu à pandemia de uma forma vigorosa", disse.
Em relação à atuação do governo federal em 2021, o chefe da pasta da Economia sugeriu que será no sentido de garantir o retorno seguro ao trabalho, por meio da vacinação em massa, melhorar as condições de emprego e promover a manutenção da renda com recomposição de programas sociais, como o próprio auxílio.
"Estamos abertos a conversa, explicar, receber sugestões, críticas. Agora, nesse espírito de que não vamos subir em cadáveres para fazer política. Nós estamos em uma guerra contra um vírus, nós precisamos botar a vida em primeiro lugar".
Críticas à audiência conjunta
Antes do discurso de Paulo Guedes, deputados da oposição ao governo criticaram a forma como este propôs a audiência de hoje, com diferentes comissões participando, em vez de atendê-las individualmente ou em menor número. O anúncio do encontro teria sido feito na noite desta 2ª feira (3.mai). Segundo o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), um dos críticos da organização, "desde 1º de fevereiro de 2019, o ministro Paulo Guedes não compareceu nenhuma vez à Comissão de Seguridade Social e Família". Na visão dele, existe uma tentativa de blindar Guedes ao não enviá-lo para conversar apenas com a comissão.