71% da população acredita na recuperação da economia somente em 2022
Pesquisa da CNI vê aumento do pessimismo; falta da vacina e impacto da pandemia influenciam
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Segundo dados de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 71% das pessoas consideram que a economia vai levar, pelo menos, um ano para se recuperar. O ritmo da vacinação e a segunda onda da covid-19 derrubaram a expectativa do brasileiro em uma retomada mais rápida da economia. A terceira edição da pesquisa Os brasileiros, a pandemia e o consumo foi encomendada ao Instituto FSB e entrevistou 2.010 pessoas, entre 16 e 20 de abril deste ano. A margem de erro do estudo é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Em julho do ano passado, o índice era menor e representava 61%. O crescimento do pessimismo impacta nos hábitos de consumo e foi influenciado pela vacinação: 83% dos entrevistados consideram o ritmo de vacinação no Brasil lento, e 35% das pessoas que ainda não foram imunizadas não têm expectativa de serem vacinadas esse ano. Dados oficiais mostram que apenas 13,2% da população foi vacinada. Do total de entrevistados pela pesquisa, 9% já tomaram a primeira dose da vacina e 6%, as duas doses.
De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a aceleração do ritmo da vacinação dos brasileiros contra a covid-19 é condição imprescindível para combate eficaz à pandemia. "Só a imunização em massa da população contra a doença recolocará o Brasil no caminho da retomada da economia, do dinamismo do mercado consumidor e na rota dos investimentos. Mais importante, a rápida execução do Plano Nacional de Imunização -- respeitando a ordem dos grupos prioritários -- permitirá que a população brasileira possa, enfim, contar com a proteção contra essa doença que tem trazido enorme custo humano para o país e o mundo", afirma Robson Braga de Andrade.
Renda reduzida
Para 32% dos trabalhadores a renda diminuiu e 14% perderam totalmente a renda nos últimos 12 meses. Para 41%, a renda ficou estável e 10% registraram aumento. Em outra pergunta, quanto às expectativas sobre sua renda para os próximos seis meses, 3% acreditam que perderão totalmente, 9% veem redução parcial e 83% consideram que não terão mudanças.
Emprego
A pesquisa mostrou um medo menor da população em perder o emprego do que em 2020. Em abril de 2021, 41% assinalaram ter um medo grande ou muito grande de perder o emprego. Em julho de 2020, eram 45% e, em maio de 2020, 48%.
Redução de gastos
Diante de todo esse cenário de crise e pandemia, 71% da população afirma ter reduzido seus gastos desde o início da pandemia. Os motivos teriam sido os seguintes: 30% perderam parte ou toda renda; 38% se dizem inseguros quanto ao futuro; 27% alegam o fechamento do comércio e; 5% não responderam. Nesse tópico, o que chama a atenção é o fato de 37% dos respondentes afirmarem que a redução do gasto será permanente, percentual que há um ano estava em 29%.
Abertura do comércio
A pesquisa mostra que a maior parcela da população vê a necessidade de manter alguns serviços abertos. Nesta edição, 61% apoiam a abertura do comércio de rua, enquanto em julho de 2020, eram 49%.
Em relação a instituições de ensino, na comparação entre abril de 2021 e maio do ano passado, caiu de 72% para 49% o percentual de pessoas contrárias à abertura de escolas e universidades. Sobre salões de beleza, 51% não aprovam. Em julho de 2020 eram 57%. No caso dos shoppings, 57% apoiam o fechamento, na edição anterior eram 69%.