Trabalho remoto foi responsável por 18,5% da massa salarial, aponta Ipea
Segundo estudo, de todos os rendimentos recebidos pelos empregados remotos em outubro, 39,1% estavam concentrados em São Paulo
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, na última quinta-feira (17), um estudo sobre o trabalho remoto no Brasil, e revelou que a remuneração destes trabalhadores no mês de outubro foi de R$ 33,6 bilhões. Esse valor, corresponde a 18,5% da massa total de rendimentos recebida por todas as pessoas com ocupação no país.
De acordo com a pesquisa, das 7,6 milhões de pessoas que estavam trabalhando em home office no mês de outubro, a maioria é formada por mulheres (56,9%), da cor branca (65%), com nível superior completo (76%) e idade entre 30 e 39 anos (32%).
O trabalho remoto atualmente representa 9,6% dos 79,4 milhões de pessoas ocupadas e não afastadas. No mês de setembro, 10,7% das pessoas ocupadas e não afastadas trabalharam de forma remota, sendo responsáveis por 20% da massa de rendimentos.
Com base no índice de Gini, indicador utilizado para medir a desigualdade, os pesquisadores concluíram que o índice de desigualdade é praticamente igual, considerando todos os trabalhadores ou com apenas as pessoas em trabalho remoto.
O estudo também revelou que no trabalho remoto segue o predomínio do setor formal no teletrabalho (84,1%), que equivale a 6,4 milhões de pessoas, enquanto os outros 15,9% dos trabalhadores estavam na informalidade (1,2 milhão de pessoas). Na desagregação por atividade, 44,3% das pessoas em home office estavam em atividades de serviços, 38,4% no setor público, 7% na indústria e 4,9% no comércio. A maior concentração de pessoas trabalhando remotamente ainda segue no Sudeste (58,4%).
Na análise por unidade federativa, o estudo mostrou que o Distrito Federal liderou o ranking, com 32,98% da massa total de rendimentos recebida por trabalhadores em home office, seguido pelo Rio de Janeiro, com 29,14% e São Paulo, com 24,15%. O Mato Grosso é o estado com o menor percentual (6,78%).