OIT indica manutenção do auxílio emergencial para evitar crise social
Em relatório divulgado hoje, a Organização Internacional do Trabalho alerta também que a pandemia derrubou os salários em dois terços do países
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A pandemia de covid-19 provocou queda ou crescimento mais lento dos salários no primeiro semestre deste ano em dois terços dos países sobre os quais a Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem dados oficiais, segundo o "Relatório Mundial Sobre os Salários 2020-21".
A previsão é que a crise deverá continuar pressionando fortemente as remunerações para baixo, num contexto já complicado do ponto de vista sanitário, econômico e social.
O documento alerta para a importância de se manter os programas de ajuda emergencial para evitar uma crise social. Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro indicou que tal operação não poderia ser mantida por muito mais tempo.
Usando dados do grupo de 28 países europeus, o relatório mostra que, sem subsídios temporários, os 50% dos trabalhadores com salários mais baixos teriam perdido cerca de 17,3% de seus salários.
Para Guy Ryder, Diretor-Geral da OIT, um dos impactos dessa realidade deve ser o crescimento da desigualdade, ameaçando deixar como legado da crise uma maior pobreza e instabilidade social e econômica que seriam "devastadores".
Além disso, em vários países, como o Brasil, Canadá, EUA e França, os salários médios parecem ter aumentado de "maneira amplamente artificial", mas trata-se do chamado efeito de composição.
Nesses países, a média salarial visivelmente cresceu em razão da supressão de empregos que atingiu essencialmente os que tinham remuneração mais baixa. Ou seja, essa situação falseou a curva média dos pagamentos.
"No Brasil, os dados mostram que os salários aumentaram artificialmente. Houve um aumento significativo de demissões na faixa mais baixa de salários, e muitos que continuam no mercado de trabalho estão sobretudo nas faixas do meio e alta'', afirmou Rosalia Vasquez-Alvarez, economista da OIT especializada em salários.
Na outra ponta, a pressão à baixa dos salários foi observada em países como Coreia do Sul, Japão e Reino Unido.
A previsão é que a crise deverá continuar pressionando fortemente as remunerações para baixo, num contexto já complicado do ponto de vista sanitário, econômico e social.
O documento alerta para a importância de se manter os programas de ajuda emergencial para evitar uma crise social. Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro indicou que tal operação não poderia ser mantida por muito mais tempo.
Usando dados do grupo de 28 países europeus, o relatório mostra que, sem subsídios temporários, os 50% dos trabalhadores com salários mais baixos teriam perdido cerca de 17,3% de seus salários.
Para Guy Ryder, Diretor-Geral da OIT, um dos impactos dessa realidade deve ser o crescimento da desigualdade, ameaçando deixar como legado da crise uma maior pobreza e instabilidade social e econômica que seriam "devastadores".
Além disso, em vários países, como o Brasil, Canadá, EUA e França, os salários médios parecem ter aumentado de "maneira amplamente artificial", mas trata-se do chamado efeito de composição.
Nesses países, a média salarial visivelmente cresceu em razão da supressão de empregos que atingiu essencialmente os que tinham remuneração mais baixa. Ou seja, essa situação falseou a curva média dos pagamentos.
"No Brasil, os dados mostram que os salários aumentaram artificialmente. Houve um aumento significativo de demissões na faixa mais baixa de salários, e muitos que continuam no mercado de trabalho estão sobretudo nas faixas do meio e alta'', afirmou Rosalia Vasquez-Alvarez, economista da OIT especializada em salários.
Na outra ponta, a pressão à baixa dos salários foi observada em países como Coreia do Sul, Japão e Reino Unido.
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