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Pandemia derruba renda em 20,1%, diz estudo da FGV

Estudo sobre impacto da pandemia no mercado de trabalho mostra empobrecimento em todas as classes sociais; Auxílio emergencial preservou empregos dos mais pobres

Pandemia derruba renda em 20,1%, diz estudo da FGV
Pandemia derruba renda em 20,1%, diz estudo da FGV
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Renda do trabalhador brasileiro baixou em média de R$ 1.118 para R$ 893 mensais. Foto: Marcello Casal/Agência Brasil


A renda dos brasileiros encolheu em média 20,1% durante o primeiro trimestre da pandemia - baixando de R$ 1.118 para R$ 893. É o que mostra os dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que estuda os impactos da pandemia no mercado de trabalho, em publicação divulgada neste mês.

A pesquisa 'Efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho brasileiro', liderada pelo economista Marcelo Neri, é realizada desde 11 de março e mostra que o índice de desigualdade social, conhecido por coeficiente de Gini, subiu 2,82%, atingindo o nível recorde de perda de renda ou empobrecimento dos trabalhadores.

+ Acesse o estudo da FGV

Se comparado as variações da série histórica, iniciada em 2012, os mais pobres tiveram a redução da renda em 27,9%, passando de R$ 199 para R$ 144, quanto para os 10% mais ricos do país, a queda foi de 17,5% - de R$ 5,428 para R$ 4,476.

"A comparação com dados de renda de todas as fontes revelam um paradoxo. Quando consideramos a renda de todas as fontes, incluindo as transferências sociais, vemos que a pobreza e a desigualdade não só caem muito como chegam a níveis extremos mais baixos de suas respectivas séries históricas", afirma o estudo.

A queda da renda está relacionada à redução da jornada de trabalho, que foi de 14,34% na média nacional, bem como, a própria diminuição na oferta de vagas. A taxa de ocupação, ou seja, a de trabalhadores empregados caiu 9,9%.

Renda caiu mais em PE, AL, SP e BA

Todos os estados e capitais tiveram queda de renda do trabalho. O estado de Pernambuco foi a unidade federativa que teve maior queda de renda, com -26,9%, seguidos por Alagoas (-25,9%), São Paulo (-22,5%), Bahia (-22,59%), Piauí (-22,1%) e Minas Gerais (-20,8%).



A capital com a maior queda foi Recife (PE), que teve recuo de 29,5%. Outras capitais nordestinas também lideram as perdas, como Maceió (AL) e Salvador (BA).

No entanto, Porto Alegre (RS) e São Paulo também estão entre as capitais que tiveram a renda individual do trabalho afetado pela pandemia.



MP 936 e Auxílio Emergencial reduziram danos no mercado de trabalho

O estudo sugere que a Medida Provisória 936/2020, assinada em abril e prorrogada em julho, que permite a suspensão de contrato de trabalho parcial ou total, combinado com Auxílio Emergencial conseguiu proteger postos de trabalho dos efeitos da pandemia.

Cerca de 17,5 milhões de acordos foram assinados envolvendo 1,4 milhão de empregadores e 9,7 milhões de trabalhadores, girando pelo menos R$ 22,7 bilhões de reais em pagamentos do benefício social para complementar os salários durante a suspensão parcial ou total dos contratos.

Os trabalhadores formais mais pobres ou com menores salários, em sua maior parte, mulheres foram os principais beneficiados.

"O efeito poupador de postos de trabalho via redução da jornada de trabalho socializou perdas e evitou cicatrizes mais permanentes no mercado de trabalho. Este efeito foi maior entre as mulheres, assim como entre os trabalhadores e empregados privados formais mais pobres, fatos que são consistentes com a implementação da suspensão parcial do contrato de trabalho instituída após o início da pandemia", conclui o estudo.
 
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