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Cultura

Tilly Norwood: atriz gerada por inteligência artificial é alvo de críticas em Hollywood

Sindicato de artistas afirmou que personagem foi treinada com base no trabalho de outras profissionais e que substituição pode prejudicar o setor

Imagem da noticia Tilly Norwood: atriz gerada por inteligência artificial é alvo de críticas em Hollywood
Tilly Norwood é uma 'atriz' gerada por inteligência artificial | Reprodução/redes sociais
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A “atriz” gerada por Inteligência Artificial (IA) apelidada de Tilly Norwood foi alvo de críticas em Hollywood, nos Estados Unidos, centro da indústria cinematográfica. Na quarta-feira (1º), o Sindicato norte-americano de Atores (SAG-AFTRA, na sigla em inglês) emitiu um comunicado condenando a substituição de profissionais humanos por “sintéticos”.

“Para deixar claro, ‘Tilly Norwood’ não é uma atriz, é uma personagem gerada por um programa de computador que foi treinada com base no trabalho de inúmeros artistas profissionais — sem permissão ou remuneração. Ela não tem experiência de vida para se inspirar, nenhuma emoção”, disse o sindicato.

As críticas vieram após a atriz e produtora holandesa Eline Van der Velden, fundadora do estúdio de IA Particle6, apresentar Tilly ao setor cinematográfico. Em evento em Zurique, na última semana, a artista disse que agências talentosas estavam “de olho” em Tilly e que esperava anunciar uma contratação da atriz em breve.

Confira o post no Instagram: https://www.instagram.com/p/DNoDeEwqTF6/

Os comentários fizeram o SAG-AFTRA questionar a indústria do cinema, alegando que a “contratação” de artistas “sintéticos” colocaria a profissão em risco. Sustentou, ainda, que os produtores signatários deveriam estar cientes de que não podem utilizar artistas gerados por IA sem notificar os “artistas reais” já contratados para a produção.

“Isso cria o problema de usar atuações roubadas para tirar o trabalho dos atores, colocando em risco o sustento dos artistas e desvalorizando a arte humana. Acreditamos que a criatividade é, e deve permanecer, centrada no ser humano”, disse o sindicato, frisando que “se opõe à substituição de atores humanos por sintéticos”.

O caso ainda gerou reações individuais. A atriz Emily Blunt, por exemplo, disse que a criação de Tilly foi aterrorizante, enquanto Whoopi Goldberg defendeu que o público consegue ver a diferença entre humanos e artistas sintéticos. A atriz e cineasta Natasha Lyonne, por sua vez, afirmou que a criação foi “profundamente equivocada” e que “qualquer agência que trabalhe com Tilly deve ser boicotada”.

Em meio às críticas, Eline Van der Velden emitiu um comunicado nas redes sociais dizendo que Tilly não é uma substituição para o ser humano, mas uma obra criativa. O texto também foi compartilhado no perfil de Tilly no Instagram, que acumula mais de 44,9 mil seguidores.

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“Para aqueles que expressaram raiva pela criação da minha personagem de IA, Tilly Norwood, ela não é uma substituta para um ser humano, mas uma obra criativa — uma obra de arte. Como muitas formas de arte antes dela, ela desperta conversas, e isso por si só demonstra o poder da criatividade”, escreveu Van der Velden. “Eu não vejo a IA como uma substituição dos humanos, mas como uma nova ferramenta – um novo pincel”, acrescentou.

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