Richard Serra, escultor influente da arte contemporânea, morre aos 85 anos
As obras possuem uma geometria fluida e circular e convidam o espectador a caminhar para apreciar
O escultor norte-americano Richard Serra, um dos principais nomes da arte contemporânea, morreu na terça-feira (26) aos 85 anos. O artista deixa um legado com obras de aço com tamanhos monumentais. A morte, confirmada na última terça-feira (26), ocorreu em Long Island, estado de Nova York, informou o advogado de Serra, John Silberman, ao jornal The New York Times, e foi provocada por complicações de pneumonia.
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As esculturas feitas por Serra possuem uma geometria fluida e circular e convidam o espectador a caminhar para apreciar a obra. Elas estão disponíveis por todos os cantos do mundo, desde museus de Paris ao deserto do Catar.
O desenvolvimento das esculturas era feito com placas gigantes de aço laminado a frio. Tão pesados que exigiam licenças para cruzar pontes e guindastes para serem instalados.
O artista nasceu em San Francisco em 2 de novembro de 1939. A mãe dele tem origem judia russa e o pai, espanhola. Antes de cursar Artes Plásticas na Yale, Serra estudou Literatura Inglesa na Universidade da Califórnia.
Posteriormente, conquistou uma bolsa de estudos e se mudou para Paris. No caminho até o trabalho, costumava passar pelo local de trabalho do escultor romeno Constantin Brancusi no Museu Nacional de Arte Moderna. Influenciado, Serra decidiu se dedicar às esculturas.
No final da década de 60, o artista se mudou para Nova York, enquanto surgiam novos movimentos artísticos, e se tornou parte da geração pós-minimalista. Para pagar as contas, ele administrava uma empresa de limpeza de móveis que teve o compositor Philip Glass, um dos mais importantes do século, como assistente.
A partir dos anos 1970, Serra passou a priorizar as instalações em áreas abertas e o aço Corten, pois tinha conhecimento do material por atuar em uma siderúrgica quando mais novo.
"Quando você observa minhas obras, não lembra de nenhum objeto. Fica uma experiência, uma passagem. Experimentar uma das minhas peças é sentir uma noção de tempo, do lugar e reagir a isso. Não é lembrar de um objeto porque não há objeto para reter", explicou o artista em 2004.