Exposição apresenta objetos danificados e imagens de destruição na Câmara em 8/1
Um presente continua desaparecido; confira fotos de parte do material que compõe a mostra
Guilherme Resck
A Câmara dos Deputados inaugurou, nesta segunda-feira (8.jan), no Salão Verde, a exposição "08 de Janeiro na Câmara", sobre a invasão da Casa por golpistas na mesma data no ano passado.
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A mostra é composta por 30 fotos tiradas por servidores da Câmara e pelo repórter fotográfico Joédson Alves, da Agência Brasil, e apresenta a destruição interna do prédio causada por invasores e a invasão do Congresso. Podem ser conferidos na exposição também fragmentos dos presentes que foram danificados por golpistas no ataque e que estão em processo de restauro por profissionais da Câmara.
"Esta mostra documenta um episódio histórico nacional, mas também serve de registro de um momento na história de cada uma das peças apresentadas. Como os seres vivos, os objetos carregam em si os sinais da passagem do tempo. E do trauma. Procedentes de diferentes países, os presentes protocolares aqui expostos tiveram sua trajetória modificada. Originalmente símbolos do encontro diplomático e das relações fraternais entre diferentes nações, estes objetos foram danificados e convertidos em centenas de fragmentos", diz uma mensagem do diretor do Museu da Câmara dos Deputados, Marcelo Sá, presente na exposição. "Hoje servem de testemunho dos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023".
Marcelo Sá explica que, dos 46 presentes em exibição naquele dia na Câmara, 30 foram encontrados íntegros, quatro sofreram danos extremamente graves e dez sofreram danos significativos, mas de menor complexidade. Um deles continua desaparecido.
"Mesmo em cacos, as peças desta exposição continuam seu curso e, ainda que restauradas, carregarão marcas do que viveram. As cicatrizes ajudarão a contar sua história", conclui a mensagem.
Outra presente na mostra relembra os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023: "Uma multidão invadiu e depredou os centros do poder do país. A Câmara dos Deputados, Senado Federal, Presidência da República, e o Supremo Tribunal Federal foram alvos da horda e violentamente atacados, de maneira covarde. Tentaram, mas não conseguiram destruir nem as edificações e nem o símbolo do pilar da democracia brasileira, os Três Poderes da República".
Confira abaixo fotos de parte do material que compõe a exposição. Ela estará aberta para visitação até 29 de março.
Fotos mostram vidro quebrado e Salão Negro do Congresso alagado
Presentes protocolares de autoridades estrangeiras jogados no chão
Carpete do Salão Verde com sujeira, na entrada do plenário Ulysses Guimarães
Cacos de um vaso de porcelana dado pelo parlamentar Wang Zhaoguo, vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional da China, ao deputado Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados, em 2012
Escultura ovo de avestruz com marcas após restauração; a escultura foi um presente do deputado Ahmed Ibrahim El-Tahir, presidente da Assembleia Nacional do Sudão, a Marco Maia em 2012
Bola de futebol com a qual o presidente da Delegação de Jogadores do Santos Futebol Clube presenteou Marco Maia em 2012; foi furtada na invasão no ano passado e, depois, entregue pelo suposto autor do furto à PM de São Paulo
Foto mostra golpistas em cima do Palácio do Congresso Nacional pedindo "intervenção" militar
Vaso (laca/base de madeira) quebrado; o vaso foi um presente de He Guo-qiang, membro do Comitê Permanente do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, ao deputado Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara dos Deputados, em 2008
Estojo da réplica em metal dourado do monumento The Pearl, que foi furtada durante a invasão ao Congresso Nacional e, até o momento, não foi recuperada; a réplica foi dada de presente por Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, ministro das Relações Exteriores do Catar, ao deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, em 2019