CPMI dos atos golpistas entra com recurso contra decisão de Nunes Marques
Ministro do STF suspendeu as quebras dos sigilos de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF
SBT News
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro, entrou com o recurso, apresentado ela advocacia do Senado, para tenta reverter a decisão monocrática do ministro do STF, Nunes Marques, que suspendeu as quebras dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemáticos de Silvinei Vasques. A CPMI alega que o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal ajudou na preparação para os ataques às sedes dos Três Poderes.
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Segundo a comissão, os depoimentos colhidos até agora, somados às informações e aos documentos fornecidos na CPMI, apontam que há indícios de que Silvinei ocupava posição de destaque na cadeia de comando e que teria participado de maneira decisiva para a deflagração dos atos.
A CPMI pediu a reconsideração do magistrado ou que o recurso seja julgado de imediato pela segunda turma do STF. A senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, depende da resolução do impasse sobre Silvinei para finalizar o relatório.
Sem o aval do judiciário, o material não pode ser anexado ao texto final do inquérito, porque Nunes Marques atendeu a um pedido da defesa de Silvinei, e proibiu acesso a dados sigilosos do ex-diretor.
O ministro concordou com os advogados do policial, não há ligação entre Vasques e os atos de 8 de janeiro. A previsão é de que a senadora Eliziane Gama apresente o relatório final no próximo dia 17.
O Supremo Tribunal Federal começou a julgar nesta 6ª outras sete ações penais contra acusados dos atos golpistas de 8 de janeiro.
As denúncias da Procuradoria-Geral da República são analisadas no plenário virtual - quando os ministros apresentam os votos em uma plataforma eletrônica e não há debates.
O fim do julgamento está previsto para 16 de outubro. Até agora, o STF já analisou seis ações.
Nesta semana, a CPMI teve acesso a uma anotação encontrada no celular da delegada Marília Ferreira, que era secretária de inteligência do Ministério da Justiça, na gestão Bolsonaro.
A delegada cita que foi pressionada pelo estão chefe da pasta, Anderson Torres, a fazer um relatório relacionando o Partido dos Trabalhadores com facções criminosas. A delegada se recusou a redigir o documento por falta de comprovação.