CPMI do 8/1: Heleno nega ter recebido ou tomado conhecimento de minuta do golpe
Ex-GSI minimiza delação de Mauro Cid, afirma que não houve "golpe de Estado" e volta a dizer que "bandido não sobe a rampa do Planalto"
Ricardo Brandt
O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), minimizou nesta 3ª feira (26.set) dados da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, negou que tivesse ocorrido "golpe de Estado" e afirmou ainda acreditar que "bandido não sobe a rampa do Planalto", ao responder aos questionamentos da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), também relatora da CPMI do 8/1.
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Heleno é ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro como testemunha e obteve do Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de permanecer calado diante de perguntas que possam o incriminá-lo.
"Eu nunca recebi nem nunca ouvi falar", disse Heleno ao responder sobre a "minuta do golpe", documento apócrifo encontrado pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que previa uma intervenção.
"O presidente da República disse várias vezes na minha presença que ele jogaria dentro das quatro linhas. E eu não tive intenção em nenhum momento de fazer o presidente sair das quatro linhas."
Heleno negou também que tivesse conhecimento ou participado de reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o comando das Forças Armadas para discutir intervenção militar, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno das eleições.
Segundo ele, há uma "supervalorização" da delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro no Planalto. "Cid não participava de reuniões. Ele era ajudante de ordens. Isso é fantasia".
O ex-chefe do GSI também foi questionado pela relatora se ainda achava que "bandido" não sobe a rampa do Planalto. A referência é sobre uma manifestação que o general deu no final de 2022 a manifestantes, em suposta referência ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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