General Dutra nega omissão do Exército para desmobilizar acampamento no QG
À CPI do 8/1, ex-comandante disse não ter recebido ordem judicial, mas disse que ex-comandante do Exército mandou cancelar ação da PM
O general Gustavo Henrique Dutra, responsável pela administração do entorno do QG do Exército em Brasília, negou que tenha havido omissão do Exército para desmobilizar o acampamento. Centenas de pessoas ficaram no local por aproximadamente dois meses. O relato foi dado à CPMI dos Atos de 8 de janeiro, nesta 5ª feira (14.set).
Apesar do posicionamento, o general disse que o então comandante do Exército, também general Marco Antônio Freire Gomes, mandou cancelar uma operação da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) para desmobilizar o acampamento. A ação estaria prevista para o dia 29 de dezembro, e foi cancelada, segundo ele, pela proximidade ao dia da posse presidencial.
"Recebi uma ligação do comandante do Exército. Ele viu que o clima na Praça dos Cristais havia ficado mais tenso e determinou que a operação fosse cancelada com a presença da PMDF e continuasse somente com o Exército. No dia 29, não poderíamos ter um enfrentamento. Estávamos nas vésperas da posse. Um enfrentamento poderia atrapalhar a normalidade do evento que aconteceria logo depois. O Exército é baseado na hierarquia e na disciplina. Se eu recebesse ordem do comandante [para a retirada do acampamento], com certeza cumpriria", declarou o general Dutra.
O militar foi questionado pelo crescimento dos manifestantes na região. A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse que a estiamtiva era de 300 pessoas em 5 de janeiro e de 5,5 mil na véspera dos atentados, no dia 7.
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O general Dutra, por sua vez, disse que não houve uma ordem judicial para desmontar os acampamentos e afirmou que, se o comandante tivesse dado a orientação, ela certamente seria cumprida. "Única ordem judicial que houve aconteceu em 8 de janeiro, e foi cumprida na integridade", alegou. O militar depôs fardado, e na companhia de dois advogados.