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"Não tenho medo de ser preso", diz G. Dias à CPMI do 8/1

Por 7 horas, ex-GSI de Lula nega omissão no 8/1, explica imagens do Planalto e culpa PM-DF por invasões; oposição pede prisão à PGR

"Não tenho medo de ser preso", diz G. Dias à CPMI do 8/1
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"Não tenho medo de ser preso", afirmou o general Marco Edson Gonçalves Días, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, em uma das últimas respostas que deu a senadores e deputados da CPMI dos Atos Golpistas do 8 de Janeiro, nesta 5ª feira (31.ago).

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Por sete horas, G. Dias - como é conhecido o ex-segurança pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - respondeu à maioria das perguntas de parlamentares da base de governo e da oposição. Mesmo tendo um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantia o direito de permanecer calado, em questões que pudessem o incriminar, deixou sem resposta apenas questionamentos considerados ofensivos. Como os do deputado Rodrigo Valadares (PL-SE), que o chamou de "melancia", "comunista", entre outros.

Ao ser questionado já quase no final da sessão, se tinha medo de ser preso, foi taxativo na negativa.

Parlamentares da oposição entregaram nesta 5ª feira um pedido de prisão do general à Procuradoria Geral da República (PGR). O documento tem a assinatura de 22 deputados da oposição ao governo Lula.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) avaliou que G. Dias entrou em contradição e houve omissão de dados. Um dos pontos questionados pela oposição, foi a afirmação de que ele desconhecia os riscos de invasão nos protestos. Mensagens enviadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teriam mostrado ao então chefe do GSI os riscos. "É preciso explicar porque não agiu. E também o motivo que o levou a pedir para tirar seu nome de relatórios", afirmou Girão.

G. Dias negou, mais de uma vez, que tivesse pedido para adulterar documentos oficiais sobre os atos do 8/1. "Repito: não mandei ninguém adulterar documento nem tirar meu nome dos relatórios. Tão somente determinei ao senhor Saulo (Mora da Cunha, da Abin) que organizasse as informações que seriam enviadas."

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Advogado André Callegari, defensor de G. Dias, conversa com presidente da CPMI, deputado Arthur Maia | Edilson Rodrigues/Agência Senado

Depoimento

Considerado pela oposição, uma testemunha-chave para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito apurar suposta responsabilidade de membros do atual governo, nas invasões e depredações dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, G. Dias se comprometeu a disponibilizar os dados de conversas de seu telefone celular por meio de mensagens, para a CPMI verificar as conversas dele com outros agentes de segurança no dia 8 de janeiro e nas datas que antecederam os crimes.

Em sessão com pelo menos três bate-boca entre parlamentares e o advogado André Callegari, que defende o general. Em uma delas, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), advertiu o defensor sobre suas limitações de se manifestar na sessão. 

G. Dias culpou a Polícia Militar do Distrito Federal pelas falhas de segurança no 8 de janeiro, explicou como foi sua atuação no Planalto, no dia das invasões, negou ter mandado alterar relatórios de inteligência sobre os riscos de confusão na manifestação.

O general pediu demissão em abril, após imagens, não divulgadas antes pelo governo, mostrarem ele no prédio do Planalto, interagindo com os invasores. Segundo ele, o vídeo divulgado foi "editado". Afirmou ainda que cerca de 180 pessoas foram presas no prédio naquele dia.

"Aquilo não podia ter acontecido. Só aconteceu porque o bloqueio era extremamente permeável", afirmou G. Dias, em dia fala inicial de interrogatório.
 

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