"Fui vítima dos sócios da 18K Ronaldinho", diz ex-jogador à CPI
Ronaldinho Gaúcho depõe como testemunha, na Câmara dos Deputados
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, nesta 5ª feira (31.ago), o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho afirmou que não é nem nunca foi sócio da empresa 18K Ronaldinho, assim como seu irmão, Assis, já havia dito na semana passada. Segundo o ex-futebolista, nunca participou da empresa, não é fundador dela e jamais autorizou o uso do seu nome e imagem por ela.
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Ainda de acordo com ele, os sócios da 18K Ronaldinho são Raphael Horácio Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino. "Eles utilizaram indevidamente o meu nome para criar a razão social dessa empresa. Inclusive eu já fui ouvido pelo Ministério Público de São Paulo e pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na condição de testemunha", pontuou.
Da mesma forma como Assis disse na última semana, Ronaldo declarou ter possuído contratos com a 18K Watches Corporation e com a 18K Watches Comércio Atacadista e Varejista de Relógios e Intermediação de Negócios e que ambos foram rescindidos após Assis tomar conhecimento de que Marcelo estava utilizando a imagem do ex-jogador na 18K Ronaldinho sem autorização.
"Eu fui, em verdade, vítima dos senhores Raphael e Marcelo, ora investigados pelo MP e pela polícia, que utilizam o meu nome indevidamente".
De acordo com Ronaldinho, viu Marcelo Lara duas ou três vezes no máximo, durante sessão de foto e vídeo para a linha de relógios objeto do contrato com a 18K Watches Corporation. A linha foi criada, se chamava 18K Ronaldinho e o ex-futebolista fez propaganda para ela, conforme o próprio.
O ex-jogador permaneceu em silêncio em várias questões, como sobre em quanto estima o valor do patrimônio da 18K Ronaldinho e se já fez alguma propaganda para a empresa. "O senhor vai sair daqui com a fama: Ronaldinho, o jogador silencioso", disse o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), em provocação por causa das várias vezes em que ele optou por não responder à indagação feita.
Em determinado momento, o advogado de Ronaldinho pediu questão de ordem, porque, de acordo com ele, Alfredo afirmou que a testemunha é gananciosa. "Isso é uma ofensa, uma imputação vexatória. Nós não aceitaremos", acrescentou o profissional.
O presidente da CPI, Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), porém, disse que não houve constrangimento.
LBLV
Suposto envolvimento de Ronaldinho com a empresa LBLV também motivou as convocações dos irmãos pela CPI. A companhia foi alvo de operação por ter sido acusada de pirâmide financeira e marketing multinível.
À CPI, o ex-jogador disse que não conhece ninguém da companhia e nunca teve contato direito com ninguém dela. Segundo ele, o irmão, Assis, negociou um contrato com uma agência de negócios e publicidade e, dessa forma, foi firmado um contrato de direito de imagem para promover a marca LBLV. O acordo vigeu por dois anos, de 2019 a 2020, ressaltou.