Desentendimento entre Lira e Haddad adia votação do arcabouço fiscal na Câmara
Líderes discutirão assunto na próxima 2ª feira (21.ago); ainda não há data para análise do relatório em plenário
O deputado Cláudio Cajado (PP-BA) afirmou nesta terça-feira (15.ago) que a votação da regra fiscal não ocorrerá nesta semana na Câmara.
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Uma nova reunião para discutir o assunto ficou marcada entre os líderes para a próxima 2ª feira, dia 21 de agosto.
Cajado afirmou que ainda não há consenso sobre a manutenção das mudanças feitas pelo Senado no texto, como a retirada de todas as despesas com Ciência e Tecnologia e a exclusão do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) da regra.
"Se depender da minha vontade, o texto volta ao projeto original que fizemos na Câmara [sem as mudanças feitas pelo Senado]", disse Cajado.
"Mas a decisão caberá ao colegiado, ao colégio de líderes", completou o deputado.
Declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, causaram mal-estar e levaram ao cancelamento de uma reunião que ocorreria na noite de 2ª feira (14.ago) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o relator do arcabouço fiscal, líderes partidários e técnicos da equipe econômica do governo federal.
O objetivo era discutir alterações feitas pelos senadores no texto do projeto, cuja tramitação não tem avançado. A decisão teria ocorrido a pedido dos parlamentares que se sentiram incomodados com a fala de Haddad.
Haddad afirmou, em entrevista concedida ao jornalista Reinaldo Azevedo, que a Câmara está com "um poder muito grande". Além disso, o ministro disse que a Casa não pode usar esse "poder" para "humilhar o Senado e o Executivo"