Após vazamento de dados de Bolsonaro, oposição quer Coaf na CPMI de 8/1
Aliados do ex-presidente acusam base governista em vazar dados sigilosos de Bolsonaro e de auxiliares
Uma troca de acusações a respeito do vazamento de dados milionários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) marcou a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos atos de 8 de janeiro, nesta 3ª feira (1º.ago). A oposição atribuiu a divulgação das informações sigilosas à base governista, e quer convocar o depoimento do presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como parte das investigações.
Os dados foram revelados na semana passada e mostraram a movimentação de mais quase R$ 4 milhões de reais por parte do ex-auxiliar de Bolsonaro, entre julho de 2022 e janeiro deste ano, e o recebimento de R$ 17 milhões em PIX por parte do ex-presidente.
Em meio ao embate, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sugeriu que a CPMI aprove a convocação do presidente do Coaf, Ricardo Liáo, e acusou assessores da relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), de serem os responsáveis pelo vazamento de dados sigilosos sobre as contas bancárias de Jair Bolsonaro e do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, enviados para a CPMI.
Eliziane, por sua vez,questionou se apenas o gabinete dela teve acesso aos documentos do Coaf - e afirmou que o senador agiu com acusação caluniosa por sugerir que o vazamento de informações veio por parte da equipe da relatora.
O deputado Rogério Correia (PT-MG) destacou que as informações sobre as doações feitas por Bolsonaro são fundamentais para saber quem doou dinheiro ao ex-presidente e se são os mesmos que financiaram os acampamentos em frente a unidades do Exército no ano passado e os atos de 8 de janeiro. Correia ironizou a reação dos bolsonaristas. "Não se pode perseguir o Coaf por isso, não se pode restringir o Coaf, isso não pode ser feito. Não está fora do escopo porque é procurador da conta. [O Coaf] é obrigado a fazer isso, por mais que bolsonarismo não gostem", defendeu.
No fim do embate, o presidente do colegiado, Arthur Maia (União-BA), definiu que o vazamento deve ser apurado e, caso seja necessário parte mais técnica, seja encaminhado à Polícia Federal.
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