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Congresso

Silêncio de Mauro Cid, questionamentos sobre visitas e homofobia marcam CPMI

Ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro não respondeu a nenhuma das perguntas dos congressistas

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Mauro Cid e presidente da CPMI Arthur Maia
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No depoimento prestado nesta 3ª feira (11.jul) à CPMI do 8 do Janeiro, o tenente-coronel Mauro Cid, principal ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), compareceu fardado e anunciou que usaria seu direito de permanecer em silêncio diante das perguntas dos congressistas.

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Cid, que está sendo investigado em pelo menos oito inquéritos criminais, afirmou ter sido orientado por sua defesa a utilizar seu habeas corpus. A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, decidiu que ele deveria comparecer à sessão, mas tinha o direito de não produzir provas contra si mesmo, permanecendo em silêncio. Antes de se calar, Cid leu uma mensagem em que destacou sua trajetória nas Forças Armadas e relativizou as atribuições de seu cargo no governo, afirmando que não era sua função analisar propostas, por exemplo.

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O tenente-coronel encontra-se detido desde maio devido às suspeitas de envolvimento na falsificação dos cartões de vacinação dele, da esposa, da filha mais nova de Bolsonaro e do próprio ex-presidente.

Embora tenha sido convocado para esclarecer o teor golpista de mensagens trocadas após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente com o coronel do Exército Jean Lawand Júnior, que já prestou depoimento no mês passado, Cid foi questionado sobre diversas outras questões, como o grupo 'DOSSSSS', encontrado no seu celular pela PF, e o depósito de dinheiro em espécie para membros da família do ex-presidente.

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Cid ouviu todas as 22 perguntas da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI, como o porquê das visitas de Pazuello e Wajgarten a ele na cadeia e respondeu: "Sem querer desrespeitar vossa excelência, mas permanecerei em silêncio" e assim continuou durante toda a CPI, até mesmo de deputados e senadores aliados ao Bolsonaro.

Também nesta 3ª feira (11.jul), a CPMI do 8 de Janeiro aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, referentes ao período entre 1º de janeiro do ano passado e 30 de abril deste ano. A suspeita é de que, sob o comando de Vasques, a PRF tenha tentado dificultar o acesso de eleitores de Lula às urnas durante o segundo turno das eleições. Também determinou a quebra do sigilo telemático de Mauro Cid no período de janeiro do ano passado até o momento. Além disso, a comissão aprovou solicitações de informações sobre Cid ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), após a Polícia Federal identificar depósitos fracionados e em dinheiro vivo do ajudante de ordens para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Os sigilos telefônico e telemático do coronel do Exército Jean Lawand Júnior também foram quebrados, abrangendo o período de 2022 até a presente data. Outro alvo da CPMI foi George Washington de Oliveira Sousa, preso e condenado por planejar um atentado a bomba em um caminhão de combustível próximo ao aeroporto de Brasília em dezembro, dias antes da posse presidencial.

Entre os mais de 90 requerimentos aprovados na sessão desta 3ª feira (11.jul), está pedido de informações detalhadas sobre todos os planos de voos das viagens de Lula a Araraquara, em São Paulo, no dia dos ataques. Além de informações do chefe da Secretaria de Segurança Presidencial e do coordenador da viagem.

Homofobia

Ainda durante a sessão, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) teria sido alvo de um comentário homofóbico do deputado Abilio Brunini (PL-MT). O senador Rogério Carvalho (PT-SE) e a senadora Soraya Thronicke (Podemos-RS) relataram ter ouvido Brunini dizer "tá oferecendo serviços" quando Hilton começou a falar. 

O presidente CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil - BA), determinou à Polícia Legislativa que apure a acusação de que o deputado federal Abílio Brunini foi homofóbico.

O presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), decidiu abrir uma investigação com base nas filmagens da sala e afirmou que, caso a afirmação homofóbica seja confirmada, o deputado será penalizado.

Em um episódio anterior, Abilio Brunini (PL-MT) irritou o deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA) ao filmá-lo durante seu discurso. Brunini estava sentado ao lado do petista e apontava seu celular para ele.

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