"Temos a responsabilidade de buscar a verdade", diz presidente da CPMI do 8/1
Primeira reunião do colegiado foi realizada nesta 5ª feira (25.mai)
Guilherme Resck
O presidente da CPMI do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), disse nesta 5ª feira (25.mai) que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro têm "a responsabilidade de buscar a verdade" sobre o ataque às sedes dos Três Poderes.
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"Esse é o meu propósito e tenho certeza que é o propósito de todos aqueles que querem contribuir com a democracia. Eu marquei uma próxima reunião para a 5ª feira que vem. Nessa próxima reunião, a relatora [Eliziane Gama] apresentará uma proposta de plano de trabalho. Esse plano será debatido, discutido, certamente serão incluídas novas possibilidades de investigação", complementou, em entrevista a jornalistas, após o término da primeira reunião da CPMI.
Ainda no encontro de 1º de junho, disse, a CPMI definirá, "de acordo com o plano, como será o desdobramento dos trabalhos, inclusive quanto ao número de sessões que acontecerão a cada semana". "Então esse é o nosso propósito, e essa reunião naturalmente, a próxima que vem, será mais uma reunião organizadora. A partir dela, nós aí, sim, iniciaremos as oitivas".
Arthur Maia ressaltou ser um deputado independente (nem governista, nem oposicionista) e que nos outros postos de comando da CPMI há uma deputada da base do governo (Eliziane), um senador da base (Cid Gomes, como primeiro vice-presidente) e um senador da oposição (Magno Malta, como segundo vice-presidente).
Conforme o parlamentar, ele não pode ter posição em relação a nenhum tipo de requerimento que seja apresentado pelos integrantes da CPMI. "Eu tenho que estar investido da minha condição de presidente, de deixar que o plenário decida. Se eu, como presidente, já me colocar contra ou a favor da convocação ou não convocação de quem quer que seja, eu estarei já prevaricando na minha obrigação de ser presidente de uma CPMI que vai, ouvindo o plenário, tomar as delierações", acrescentou. Na votação dos requerimentos, ele apenas dá seu voto em caso de empate.
Democracia
O presidente da CPMI disse esperar que a comissão "contribua para o fortalecimento da democracia". "Qualquer acirramento político que exista no Brasil não pode acontecer ou deixar de acontecer se nós não fortalecermos a democracia. O meu propósito é sobretudo, com essa Presidência, contribuir para que nós saiamos desse processo identificando se de fato aconteceu uma tentativa de golpe de Estado, o que é muito grave, porque nós todos brasileiros temos obrigação de zelar pelas instituições democráticas".
E também, declarou, "caso existiu uma tentativa de golpe, que haja punição daqueles que atentaram contra a democracia". "Eu sou uma pessoa profundamente apegada às instituições democráticas, à democracia do meu país, ao constitucionalismo, ao Estado Democrático de Direito, e é tudo isso que nós precisamos fortalecer ao longo dessa Comissão Parlamentar Mista de Inquérito".
Negociações
Questionado sobre como foram as negociações para ter um segundo vice-presidente na CPMI, o que gerou questionamento mais cedo, Maia disse que elas ocorreram "justamente dentro desse clima que está instalado na CPMI, de que, para que ela tenha credibilidade, precisa ter uma participação plural".
Dessa forma, de acordo com ele, "se criou uma segunda vice-Presidência para que um senador de oposição, no caso o senador Magno Malta, pudesse estar sentado na Mesa como segundo vice-presidente, para que todos se sintam representados nessa Comissão Parlamentar de Inquérito".