Haddad e Lira buscam plano B para orçamento secreto
Decisão do STF sobre emendas criou ruído na negociação com Legislativo; deputado se enfraqueceu
![Haddad e Lira buscam plano B para orçamento secreto](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FLira_e_Haddad_e0cf5e5803.jpg&w=1920&q=90)
Após a derrubada do orçamento secreto, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está reunido com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), na Residência Oficial da Casa, na manhã desta 3ª feira (20.nov).
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de julgar inconstitucional o pagamento das emendas de relator, o orçamento secreto, provocou um ruído entre Lira e a transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lira enxergou que a decisão do STF teria sido influenciada, nos bastidores, pela vontade do presidente Lula, com o objetivo de esvaziar seu poder de negociação.
O orçamento secreto funcionava como um mecanismo de barganha em que os parlamentares recebiam recursos extras de emendas na medida em que votassem nas matérias de interesse dos presidentes da Câmara e Senado.
+ STF forma maioria contra o orçamento secreto
O encontro ocorre no mesmo dia que a Câmara dos Deputados deve votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que garante o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família e que recompõe o Orçamento do próximo governo.
Decisão de Gilmar Mendes
Na 2ª feira (19.nov), o futuro ministro da área econômica afirmou que a negociação da PEC continua mesmo após a decisão do ministro do Gilmar Mendes, do STF. No último domingo (18.nov), o magistrado deliberou que os recursos destinados para o Bolsa Família fiquem fora do teto de gastos.
"A negociação permanece porque é importante para o país apostar na boa política. Nós vamos continuar na mesa discutindo o que é melhor para o país. Isso dá conforto aos beneficiários do Bolsa Família, que não vão ficar desamparados. Vamos perseverar no caminho da institucionalidade e da boa política", disse o ex-prefeito de São Paulo.