Não Aceito Corrupção critica projeto que pune institutos de pesquisa
Matéria teve urgência aprovada pelo Congresso Nacional na 3ª feira (18.out)
SBT News
O Instituto Não Aceito Corrupção divulgou nota em que critica e pede para o Congresso rever a urgência, aprovada na 3ª feira (18.out), para analisar projeto que pode levar à punição de institutos de pesquisa.
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Segundo o instituto, "já há alguns anos, diversas tentativas vêm sendo registradas no âmbito do Congresso Nacional na direção da pura e simples criminalização dos institutos de pesquisas eleitorais". Acrescenta ainda que "este movimento se vê fortalecido novamente em 2022".
O Não Aceito Corrupção lembra que "em dezenas de casos, os institutos tiveram prognóstios absolutamente certeiros", e que, nos casos em que os resultados não corresponderam às previsões, há que se pesar "inúmeros fatores, como a volatilidade dos eleitores".
"A opção exacerbada de dificultar a realização de pesquisas eleitorais, punindo criminalmente os desacertos nas coletas de opiniões se mostra desatino, algo absolutamente desarrazoado. E ainda mais, deliberar urgência de votação do projeto, quando o país se concentra nas eleições, cujo segundo turno ocorrerá em 30 de outubro. Concitamos os membros do Congresso a rever tal posicionamento e debater com a sociedade civil o assunto de forma democrática", propõe o instituto.
Confira a íntegra da nota:
"Já há alguns anos, diversas tentativas vêm sendo registradas no âmbito do Congresso Nacional na direção da pura e simples criminalização dos Institutos de pesquisas eleitorais, e este movimento se vê fortalecido novamente em 2022, logo após a realização das eleições de 02 de outubro.
Em dezenas de casos, os institutos tiveram prognósticos absolutamente certeiros, dentro da margem de erro estatística e em outros, os resultados eleitorais não corresponderam às previsões das pesquisas, em virtude de inúmeros fatores, como a volatilidade dos eleitores, o desejo de fazer voto útil de última hora, a força do uso da máquina e até mesmo o fator compra do voto, vez que houve muitas prisões em flagrante e apreensões de moeda corrente que seria utilizada para compra de votos.
Obviamente, os desacertos em algumas situações não deveriam jamais determinar o punicionismo criminal dos institutos, se os procedimentos foram corretos nas pesquisas, vez que sua atividade garante informação num país tão carente neste sentido e signatário do Pacto dos Governos Abertos, por força do qual se comprometeu perante o mundo a ser referência mundial em matéria de transparência.
A opção exacerbada de dificultar a realização de pesquisas eleitorais, punindo criminalmente os desacertos nas coletas de opiniões se mostra desatino, algo absolutamente desarrazoado. E ainda mais, deliberar urgência de votação do projeto, quando o país se concentra nas eleições, cujo segundo turno ocorrerá em 30 de outubro.
Concitamos os membros do Congresso a rever tal posicionamento e debater com a sociedade civil o assunto de forma democrática, para que se encontre a solução mais ajustada ao anseio do povo visando a prevalência do interesse público.
São Paulo, 19 de outubro de 2022.
Diretoria Executiva do Instituto Não Aceito Corrupção"