Oposição se aproxima de assinaturas necessárias para abrir CPI do MEC
Comissão tem como objetivo apurar irregularidades e crimes praticados na destinação de verbas públicas
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição na Casa, informou que já foram obtidas 26 das 27 assinaturas necessárias para que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação (MEC) seja aberta. Pelas redes sociais, o parlamentar disse que espera conseguir o nome faltante até o final deste semana.
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Em abril, a oposição chegou a obter as 27 assinaturas, mas alguns senadores retiraram o apoio pouco tempo depois, impedindo a instalação do colegiado. Agora, com a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, por suspeita de tráfico de influência e corrupção, Rodrigues prevê que a criação CPI seja inevitável.
"É compreensível agora porque o governo Bolsonaro se esforçou tanto para retirar assinaturas da CPI do MEC. Ainda em abril, nós precisávamos de apenas mais duas. Agora sabemos a razão! O Bolsolão do MEC já é o maior escândalo de corrupção da história", declarou o senador. "Se torna inevitável a instalação da CPI", acrescentou.
Segundo ele, a Comissão seria responsável por apurar as irregularidades e crimes praticados na destinação das verbas públicas do MEC e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O pedido foi motivado após uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo revelar que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura atuavam no MEC para favorecer a liberação de recursos do FNDE para prefeitos.
"As denúncias apontam que o então ministro Milton Ribeiro priorizava amigos de dois pastores a pedido do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, na destinação de verbas públicas afetas ao MEC. Em troca da priorização e da liberação das verbas públicas para construção de escolas e creches, os pastores cobravam propina dos prefeitos, solicitando pagamentos em dinheiro, em bíblias e até em ouro", diz a ação.
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Randolfe informou que, se criada, a CPI deverá ter duração de até 90 dias, podendo ser encerrada antes, sobretudo devido às campanhas eleitorais e ao pleito programado para outubro. O colegiado, por sua vez, seria formado por 11 titulares e 11 suplentes.