Pacheco lamenta fala do ministro da Educação e diz esperar esclarecimento
Áudio de Milton Ribeiro sugere que uma das prioridades da pasta é atender amigos do pastor Gilmar Santos
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Em coletiva na tarde de 4ª feira (23.mar), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, lamentou as falas do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que motivaram denúncias de distribuição irregular de verbas da pasta. Apesar de expressar confiança na independência da Comissão de Educação (CE) - que votará requerimento de convocação do ministro - ele disse esperar que o caso seja esclarecido o mais rápido possível.
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"É bom que se permita ouvir os esclarecimentos e identificar a autenticidade e o contexto de tudo que foi dito para poder chegar às conclusões. O que não podemos é precipitar", disse Pacheco. Para ele, o áudio citado pela imprensa "não é uma fala feliz" de Milton Ribeiro, mas o ministro merece tratamento igualitário, "sem privilégios".
No mesmo dia, o presidente da CE, Marcelo Castro (MDB-PI), reiterou que, em conversa telefônica, Ribeiro se colocou à disposição da comissão "em qualquer dia e hora para prestar todas as informações e esclarecimentos que fossem necessários". Castro disse esperar que o ministro seja ouvido na próxima 3ª feira (29.mar), mediante votação de requerimento apresentado pelo líder da oposição, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Assim como Pacheco, o líder da CE avaliou negativamente as falas de Ribeiro, que teria dito que os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) iriam em primeiro lugar para os municípios mais necessitados e, em segundo lugar, para todos os amigos do pastor Gilmar Santos.
"Isso é uma afirmação completamente inapropriada para qualquer gestor público, quanto mais para um ministro. Muito mais grave se tiver havido, de fato, isso aí; por enquanto temos só a fala dele. Se depois vier ficar comprovado que não foi só uma fala, e que os recursos foram para os amigos do pastor Gilmar, a coisa se torna de uma gravidade muito maior", afirmou.
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Segundo verificado pelo SBT News, a Controladoria Geral da União (CGU) deve abrir hoje uma investigação preliminar para apurar a denúncia de direcionamento de verbas do Ministério da Educação. Em nota enviada, a entidade afirmou que a ação será feita nos trâmites e nas eventuais irregularidades envolvendo recursos liberados, incluindo emendas de bancada, individual e de relator, além de convênios. A apuração tem prazo de 60 dias, prorrogáveis.
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