Senado presta homenagem às vítimas do holocausto em sessão solene
Políticos e autoridades cobraram medidas de combate a discursos de ódio e punição às falas de Monark
SBT Brasil
O Senado Federal realizou, nesta 5ª feira (10.fev), uma sessão virtual para homenagear as vítimas do Holocausto. Estima-se que mais de 6 milhões de judeus foram mortos pelo regime nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.
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Parlamentares e representantes das Comunidades Judaicas e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) participaram da solenidade e mostraram imensa preocupação com o crescimento de manifestações públicas de apoio ao nazismo. O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, que é filho de sobreviventes do Holocausto, pediu às autoridades tolerância zero com falas antissemitas e discursos de ódio.
"Holocausto é o extermínio de 6 milhões de judeus. Não aconteceu do nada. Foi baseado em ideologias nazistas e no discurso de ódio de mentes perturbadas. A lição que podemos e devemos tirar disso é ter zero tolerância a esse tipo de situação", alertou o embaixador.
Nesta 3ª feira (8.fev), discursos de apologia ao regime de exclusão voltaram ao centro do debate público depois que o apresentador Monark, do podcast Flow, defendeu a criação de um partido nazista no Brasil. O podcaster foi desligado da empresa que produz o programa e será investigado pelo Ministério Público Federal (MPF), juntamente com o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), que participou da transmissão.
No dia seguinte, outro episódio, desta vez envolvendo o ex-comentarista da Jovem Pan, Adrilles Jorge. Durante um debate, no qual defendia as falas de Monark, Adrilles reproduziu um conhecido gesto de saudação nazista, o chamado "Sieg Heil", que é visto repetidamente em vídeos da propaganda do ditador alemão Adolf Hitler.
Ao longo desta semana, no Congresso Nacional, deputados e senadores apresentaram projetos de lei tanto para proibir, expressamente, a criação de partidos políticos com ideais nazistas, quanto para enquadrar como crime atos de negação, justificação ou aprovação do Holocausto, com previsão de multa e pena de prisão.
O Partido dos Trabalhadores também apresentou um pedido de investigação contra Kim Kataguiri no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, por ter se posicionado contra a não criminalização do nazismo na transmissão do Flow Podcast.
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