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Congresso

Linhas de investigação da CPI levam a elo em comum: Roberto Dias

Senadores veem envolvimento de ex-diretor de Logística da Saúde em supostos esquemas de corrupção

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Roberto Dias
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Na reta final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, um nome em comum une diferentes linhas de investigação. Senadores investigam a participação de Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, em supostos esquemas de corrupção nas negociações por vacinas com a Precisa Medicamentos e a Davati Medical Supply, e na rede de distribuição delas no país, com a empresa terceirizada VTCLog. 

Dias é um dos investigados no relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que planeja concluir o parecer até o fim de setembro. No entanto, no decorrer deste mês, a previsão é de que o parlamentar apresente "relatórios parciais" dos trabalhos do colegiado, com diferentes temas. A divisão será por temas, referentes às fakes news, ao gabinete paralelo do Palácio do Planalto -- que defendeu o uso de remédios sem eficácia comprovada para a covid --, e a supostos esquemas de corrupção nas negociações por imunizantes. 

O ex-diretor entrou na mira da comissão depois que o policial militar Luiz Dominghetti, que se apresenta como representante da Davati no Brasil, o acusou de ter pedido propina de US$ 1 por cada dose de vacina. Na ocasião, foram negociadas 400 milhões de doses da Astrazeneca. À CPI, Dias negou as acusações, mas saiu da sessão preso. Na avaliação do presidente do colegiado, ele mentiu ao explicar como ocorreu o encontro entre os dois. 

Antes disso, o ex-diretor também foi citado pelo servidor Luis Ricardo Miranda, funcionário dele no departamento de logística, que denunciou uma "pressão atípica" de Dias pela liberação do contrato bilionário entre o ministério e a Precisa pela aquisição da vacina indiana Covaxin. O contrato foi cancelado pelo ministério em 29 de julho após uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU). 

Segundo Miranda, após relatar o ocorrido para o irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), ambos foram conversar com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Após ouvir os relatos, de acordo com o parlamentar, o chefe do Executivo teria citado envolvimento do líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), no esquema para acelerar a compra do imunizante. Nos bastidores, senadores acreditam que Barros indicou Dias ao cargo. Ambos negam as acusações. 

O colegiado também apura se Dias recebeu dinheiro para favorecer a VTCLog no ministério. Nesta semana, o motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva confirmou que fazia saques a serviço do setor financeiro para pagamento de boletos da empresa e que chegou a fazer entregas no 4º andar do prédio da pasta, onde o departamento está instalado. Ivanildo, contudo, negou que conhecesse Dias e disse não se lembrar de ter feito qualquer pagamento ao ex-diretor. 

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