Conselho de Ética instaura processos contra Luis Miranda e Ricardo Barros
Representações foram apresentadas após depoimento de Miranda à CPI da Covid no Senado
O Conselho de Ética da Câmara instaurou, nesta 3ª feira (13.jul), processos para avaliar as condutas dos deputados Luis Miranda (DEM-DF) e Ricardo Barros (PP-PR) -- este, líder do governo na Casa.
Os pedidos para abertura dos processos estão relacionados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado. Em depoimento ao colegiado, Luis Miranda disse ter levado ao conhecimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) uma denúncia de seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, sobre irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin. Em resposta, segundo Miranda, o presidente teria dito que o suposto esquema seria um "rolo" de Barros. O líder do governo nega qualquer envolvimento.
Depois do depoimento, o PSOL entrou com representação contra Barros no Conselho de Ética, com base nas denúncias de Miranda. Para esse processo, foram sorteados como possíveis relatores os deputados Tiago Mitraud (Novo-MG), Cezinha de Madureira (PSD-SP) e Luis Carlos Mota (PL-SP).
Já a representação contra Luis Miranda foi apresentada pelo PTB, que acusa o deputado de agir de má-fé ao denunciar "um suposto crime cometido por agente do Estado, apontando suposto superfaturamento a fim de prejudicar a imagem e imputar crime ao presidente da República e ao Ministro da Saúde à época, o general Eduardo Pazuello".
Para o processo contra Barros, foram sorteados como possíveis relatores os deputados Darci de Matos (PSD-SC), Gilberto Abramo (Republicanos-MG) e Ivan Valente (Psol-SP). A escolha dos relatores será feita pelo presidente do Conselho de Ética, Paulo Azi (DEM-BA). Os dois processos pedem a cassação dos mandatos dos parlamentares.