CPI quer comunicar Supremo sobre crime de prevaricação de Bolsonaro
Em depoimento, deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse que presidente sabia de irregularidades e não agiu

Gabriela Vinhal
A cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia quer acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre crime de prevaricação que teria sido cometido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo o vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Bolsonaro foi comunicado sobre supostas irregularidades no processo de importação da Covaxin, mas não teria tomado nenhuma providência sobre o caso.
"O senhor presidente da República recebeu a comunicação de um fato criminoso e não tomou a devida providência para instaurar inquérito. Não tomou devida providência para deter o continuado delito", afirmou Rodrigues. O senador alegou ainda que governistas teriam intimidado o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão, Luis Ricardo Miranda, durante depoimento nesta 6ª feira (25.jun).
Segundo Luis Miranda, Bolsonaro teria relacionado o nome do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), à denúncia de irregularidades na importação da Covaxin, vacina indiana. No último 20 de março, o deputado se reuniu com o presidente da República que, na ocasião, disse que iria investigar a situação. No entanto, até o início desta semana, não havia tomado providências.
"O presidente relata que tem suspeita de quem se trata e quem está operando. Estão dados todos os elementos do crime de prevaricazção. Estaremos propondo e a CPI vai analisar a possibilidade de comunicar o STF sobre a ocorrência deste crime", completou o líder da oposição.