Publicidade
Congresso

Câmara decide manter prisão do deputado Daniel Silveira

Bolsonarista publicou vídeo com ataques a ministros do STF e às instituições democráticas

Imagem da noticia Câmara decide manter prisão do deputado Daniel Silveira
Daniel Silveira no telão do plenário, falando por videoconferência. Deputado foi preso após postar vídeo com ataques às instituições democráticas. Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
• Atualizado em
Publicidade
O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) continuará preso. O plenário da Câmara aprovou nesta 6ª feira (19 fev), por 364 votos a 130, o parecer favorável à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), posteriormente referendada pelos demais ministros. Aliado do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o parlamentar está preso desde 3ª feira (16 fev), após publicar um vídeo com ataques às instituições democráticas.

Eram necessários apenas 257 votos para manter o encarceramento. Desde a reunião de líderes de 5ª feira (18 fev), a maioria das bancadas indicaram seriam favoráveis ao posicionamento do Supremo. Entre os que votaram contrários, estão outros bolsonaristas, como Bibo Nunes (PSL-RS), Vitor Hugo (PSL-GO) e Carlos Jordy (PSL-RJ).

Segundo a relatora, o deputado "vive a atacar a democracia e as instituições e transformou o exercício do seu mandado em uma plataforma de propagação do discurso do ódio, de ataques a minorias e defesa dos golpes de Estado e de incitação a violência contra as autoridades públicas".

"Não se trata apenas de concordar ou não com o conteúdo ou considerar que o discurso do parlamentar deve ser punido por se entender por demais chulas as suas palavras. A liberdade de expressão protege o discurso que nos desagrada e incomoda, mas não alcança aqueles voltados a incitar a verdadeira prática de atentados contra autoridades públicas", afirmou Magda.

Entre os trechos do vídeo publicado por Silveira, o parlamentar chamou o ministro Edson Fachin de "moleque mimado, mau caráter, marginal da lei, militante da esquerda" e disse que o ministro "integra a nata da bosta do STF". O deputado sinalizou também que alguns magistrados supostamente vendiam sentenças e que deveriam ser destituídos dos cargos.

"É impensável que o constituinte originário tenha imaginado a imunidade material assegurada aos parlamentares como instrumento para conseguir o fechamento do Supremo Tribunal Federal, do Congresso ou para por fim ao princípio da separação dos Poderes. Foram gravíssimas as ameaças realizadas pelo parlamentar", completou a relatora. 

Durante a sessão, Daniel Silveira disse estar arrependido, pediu desculpas aos ministros da Corte e admitiu que "se excedeu" na gravação. "Em momento algum, e assisti ao meu vídeo várias vezes, não consegui compreender o momento da raiva que ali me encontrava e peço desculpas a todo o Brasil, que percebeu que me excedi de fato na fala, em um momento passional", afirmou.

O deputado disse ainda que "em um dia ou dois" as pessoas podem mudar de opinião e que, por ser um parlamentar de primeiro mandato, pode ter tido "inexperiência" para lidar com a situação. Silveira estrá preso no Batalhão Especial da Polícia Militar do Rio de Janeiro após determinação do ministro Alexandre de Moraes. 

Durante o discurso, o bolsonarista disse que "sempre reconheceu a importância do STF, porque é uma instituição muito importante". O deputado foi preso após divulgar imagens nas redes sociais defendendo o AI-5 e o impeachment dos decanos. "Reconheço que as minhas falas foram realmente duras. As consequências a partir da decisão de hoje, jamais vão se limitar à minha vida. Serão impreterivelmente sentidas por toda a populção brasileira", afirmou.
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade
Publicidade