Futuro de Bia Kicis na CCJ está ligado ao destino de Daniel Silveira

A estratégia do silêncio da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) só deve dar certo se o colega de partido Daniel Silveira (RJ) for derrotado pelo Congresso. O destino de um está ligado ao futuro do outro. Caso a Câmara decida manter a prisão do parlamentar que insultou o Supremo Tribunal Federal (STF), as chances dela de presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aumentam. Em caso contrário, a indicação de Kicis -que é vista como outra radical pelos ministros da Corte- sobe de vez no telhado.

Desde a prisão de Silveira que a deputada optou pelo silêncio, para não atrapalhar ainda mais a campanha pelo comando da CCJ. Foi uma mudança de perfil e tanto. Em junho do ano passado, por exemplo, no auge das investigações envolvendo o processo das fakes news no STF, a parlamentar saiu em defesa de Silveira e pediu que o até então presidente da Casa Rodrigo Maia (DEM-RJ) "fizesse valer" a imunidade parlamentar do deputado. Desta vez, nem mesmo em grupo de Whatsapp, Kicis tem se pronunciado.

Mas todo o esforço só deve se confirmar com a derrota de Silveira. A cúpula do Congresso sabe que uma eventual derrubada da decisão do Supremo deve acirrar os ânimos entre os Poderes. Kicis, assim, seria ainda mais gasolina no fogo.