Morre Shelley Duvall, atriz do clássico filme de terror "O Iluminado", aos 75 anos
Longa baseado no livro homônimo de Stephen King foi o trabalho mais conhecido da artista, que também atuou em obras de Robert Altman e Woody Allen
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A atriz Shelley Duvall, famosa por interpretar a personagem Wendy Torrance no clássico filme de terror "O Iluminado" (1980), morreu aos 75 anos, nesta quinta-feira (11), nos Estados Unidos. A artista contracenou com Jack Nicholson no longa-metragem, adaptação assinada pelo diretor Stanley Kubrick ("2001: Uma Odisseia no Espaço") do livro homônimo do escritor Stephen King, mestre do gênero.
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Segundo o marido da artista, o músico Dan Gilroy, Duvall faleceu dormindo em casa, no Texas, após sofrer complicações de diabetes.
Em relacionamento com Gilroy desde 1989, a atriz não deixou filhos. Nos anos 1970, de 1976 a 1978, namorou e chegou a morar com o também músico Paul Simon, famoso pelas colaborações com Art Garfunkel. Antes, foi casada com o artista Bernard Sampson, entre 1970 e 1974.
![Cena de "O Iluminado": terror sobre escritor perdendo a sanidade e atacando a família em hotel amaldiçoado | Reprodução/IMDb](https://sbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/Cena_de_O_Iluminado_terror_sobre_escritor_perdendo_a_sanidade_e_atacando_a_familia_em_hotel_assombrado_Reproducao_IM_Db_2c5bf25740.jpg)
Experiência difícil em "O Iluminado"
O trabalho de Duvall no set de "O Iluminado" foi extenuante para a atriz, sobretudo pelos métodos perfeccionistas e extremos de Kubrick, autor de outros clássicos como "Dr. Fantástico" (1964) e "De Olhos Bem Fechados" (1999).
Além da longa filmagem, o cineasta provocava Duvall e Nicholson, que interpretam um casal no filme, e fazia a atriz rodar a mesma cena diversas vezes para que a experiência estressante transbordasse na personagem.
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Em entrevista, Duvall declarou que era "difícil ser histérica o tempo inteiro", em referência à duração de filmagem, que levou um ano. Em conversa com o crítico de cinema Roger Ebert, revelou que participar do filme foi "quase insuportável". "Mas, de outros pontos de vista, muito bom, eu suponho".
Carreira
Duvall nasceu no Texas e foi descoberta pelo diretor Robert Altman (1925-2006), que logo a escalou em "Voar É com os Pássaros" (1970).
Ao todo, ela trabalhou em sete filmes do cineasta, a exemplo de "Onde os Homens São Homens" (1971) e "Nashville" (1975), obra que a tornou conhecida de vez em Hollywood.
Em 1977, teve um de seus grandes anos no cinema: ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, na França, pelo papel em "Três Mulheres", de Altman, trabalhou com Woody Allen em "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" e apresentou uma edição do programa de variedades "Saturday Night Live".
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![Robin Williams e Shelley Duvall no live-action "Popeye" (1980) | Reprodução/IMDb](https://sbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com/Robin_Williams_e_Shelley_Duvall_no_live_action_Popeye_1980_d794837053.jpg)
Outra personagem famosa de Duvall foi Olívia Palito no live-action "Popeye" (1980), mais um filme de Altman, contracenando com Robin Williams na versão cinematográfica dos quadrinhos de E. C. Segar.
Nos anos 1980, se destacou no curta-metragem "Frankenweenie" (1984), de um Tim Burton ainda prestes a estourar, produziu programas de televisão voltados ao público infantil, como "Teatro dos Contos de Fada" (1982-1987), e "Nightmare Classics" (1989), para adolescentes.
Já nas décadas de 1990 em diante, voltou a morar no Texas e trabalhos começaram a rarear. Fez "Obsessão" (1995), de Steven Soderbergh, "Retratos de uma Mulher" (1996), de Jane Campion, e decidiu se aposentar após "Um Presente de Deus" (2002). Duas décadas depois, retornou para o trabalho que acabou representando a despedida das telas, o terror "The Forest Hills" (2023).
Nos últimos anos, Duvall passou a conviver com problemas de saúde mental. Em 2016, deu entrevista em um episódio do talk show "Dr. Phil", afirmando estar "muito doente" e precisar de ajuda.
A vida reclusa também motivou reportagens na imprensa norte-americana, como este perfil do jornal The New York Times.