Morre Anouk Aimée, atriz dos filmes "A Doce Vida" e "Oito e Meio", aos 92 anos
Ícone do cinema francês atuou em clássicos de grandes diretores, como Fellini, Bellocchio, Demy e Altman
Felipe Moraes
A lendária atriz francesa Anouk Aimée, de filmes clássicos como "A Doce Vida" (1960), "Oito e Meio" (1963) e "Um Homem, uma Mulher" (1966), morreu aos 92 anos, em Paris, na França. A filha única da artista, Manuela Papatakis, deu a notícia nas redes sociais, afirmando que a mãe faleceu em casa, sem especificar causas.
A extensa carreira de Aimée, cujo nome de batismo é Nicole Françoise Florence Dreyfus, cobriu mais de 90 créditos de atuação, de 1947 a 2019. A estreia se deu em "La Maison Sous la Mer" (1947), quando tinha 14 anos.
Veja trailer de "A Doce Vida":
Aimée ganhou projeção internacional na década de 1960, quando estrelou "A Doce Vida" e "Oito e Meio", ambos dirigidos pelo cineasta italiano Frederico Fellini (1920-1993), e "Lola, a Flor Proibida" (1961), do francês Jacques Demy (1931-1990).
A artista é especialmente lembrada pelo romance "Um Homem, uma Mulher", do conterrâneo Claude Lelouch. O papel no filme rendeu prêmios de melhor atriz no Globo de Ouro e no Bafta (o "Oscar britânico"), além de indicação ao Oscar na mesma categoria.
Veja trailer de "Um Homem, uma Mulher":
Aimée também venceu troféu de melhor atriz no Festival de Cannes pelo trabalho no longa-metragem de Marco Bellocchio "Salto nel Vuoto" (ou "A Leap in the Dark", em inglês), em 1980. Prêmios de reconhecimento pelo conjunto da obra foram entregues à estrela no Festival de Berlim, na Alemanha, e no César, o "Oscar francês".
A longa trajetória também contou com filmes em Hollywood, nos Estados Unidos, como "O Encontro" (1969), de Sidney Lumet (1924-2011), "Justine" (1969), de George Cukor (1899-1983), e "Prêt-à-Porter" (1994), de Robert Altman (1925-2006).
O último longa de Aimée foi "Os Melhores Anos de Uma Vida" (2019), voltando a filmar com Lelouch, diretor com quem mais trabalhou — oito filmes no total.