"Furiosa - Uma Saga Mad Max": uma jornada pela sobrevivência na busca por vingança
Quinto filme da franquia estreia nesta semana e conta a origem e os motivos de fúria da guerreira
Cleide Klock - Los Angeles
Ao mesmo tempo que comemoramos 45 anos de uma das franquias que representam um marco do cinema de ação, damos boas-vindas à história que conta a origem de uma das personagens que se tornou um ícone da cultura pop. "Furiosa - Uma Saga Mad Max" chega aos cinemas nesta quinta-feira (23) e prepare-se para conhecer a jornada dessa guerreira implacável. É de tirar o fôlego.
A estética é inconfundível: os carros, figurinos e as paisagens formam um visual que conhecemos bem. A escassez, o autoritarismo, a violência e a luta pela sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico sempre estiveram por trás desses enredos com uma crítica social ácida que ressoa desde o início.
Apesar da tecnologia deixar tudo um pouco diferente, a essência ainda é a mesma do princípio e George Miller, o mago por trás desse universo, entrega mais uma dose de ação frenética e fotografia arrebatadora.
"Tudo o que posso dizer é que o primeiro Mad Max, que fizemos há mais de 40 anos, tínhamos 30 pessoas no elenco e na equipe de créditos. Este filme teve mais de mil pessoas na equipe de filmagem e nos créditos há 3 mil pessoas. Então, o mundo mudou”, diz o cineasta australiano.
Mais do que Furiosa
Agora voltamos ao início da jornada para conhecermos as origens da guerreira de "Mad Max: Estrada da Fúria" (2015). A personagem, antes interpretada por Charlize Theron, agora tem Alyla Browne e Anya Taylor-Joy no papel.
Conhecemos Furiosa ainda criança quando uma ação inocente a transformou na mulher que busca vingança.
"Eu só queria protegê-la profundamente. Ela tem essa resiliência insana nela, mas também um compromisso com uma esperança impossível. Ela simplesmente parecia uma coisa muito rara nesse deserto, uma criatura maravilhosa. E eu só queria cuidar dela", falou a atriz que, apesar de ser americana, cresceu na Argentina e na Inglaterra.
Aclamados em Cannes
A estreia mundial no Festival de Cannes levantou a plateia para sete minutos de aplausos. Mas, acima de tudo, mostrou que o diretor e roteirista George Miller, de 79 anos, não perde o fôlego e a cada produção consegue trazer novas personagens e perspectivas sobre o mundo pós-apocalíptico criado por ele.
Chris Hemsworth interpreta Dr. Dementus, um líder movido por poder e controle, uma figura cruel e temida que também guarda segredos e motivações complexas.
"Foi a experiência mais gratificante que eu já tive. O roteiro me deu tantas opções e orientações para criar o personagem, algo que nunca foi me dado antes. Foi uma chance de realmente me transformar e personificar alguém que eu nunca havia habitado antes. Foi um grande afastamento de tudo que eu já havia feito. Mas nas muitas discussões que antecederam às filmagens com George (Miller), muito se falou sobre quem era ele e as diferentes influências, tipos de figuras históricas, ditadores e conquistadores, que reuniram grandes grupos de pessoas e seguidores, e qual era a característica ou traço em comum entre eles", disse o ator.
A jornada brutal de Furiosa com violência escancarada explora nas entrelinhas a resiliência, esperança e a luta contra a opressão. Desafios e perdas, trazem a força da perseverança mesmo em meio ao caos e à destruição. Uma história que se fecha com "Estrada da Fúria" (2015), mas que também se abre para o que pode vir a seguir.