Polícia Federal investiga origem do dinheiro para pagar hacker
Contrato levanta suspeita de que a deputada federal Carla Zambelli do PL teria usado dinheiro público
SBT News
O contrato do gabinete da deputada federal Carla Zambelli do PL com uma empresa de serviços de marketing digital chamou a atenção dos investigadores da Polícia Federal. O estabelecimento pertence à esposa de Jean Hernani Guimarães Vilela, secretário parlamentar da deputada e um dos alvos da operação da PF que investiga a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça. Jean foi o responsável por parte do dinheiro transferido ao hacker Walter Delgatti Neto, que teria sido contratado pela deputada.
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Dados da transparência da Câmara dos Deputados apontam que de outubro de 2022 a abril de 2023 foram feitos sete pagamentos mensais de R$ 9 mil para a empresa Hernani Filmes e Marqueting Digital LTDA, pertencente a Mônica Romina Santos de Souza, mulher de Jean. Em dezembro de 2022 foi registrado um depósito extra de R$ 30 mil. Somando todos os valores, o gabinete da deputada teria pago R$ 94 mil pelos serviços.
Ao SBT News, o secretário parlamentar justificou que, dentro dos serviços previstos no contrato da empresa da mulher dele com a deputada, está o de manutenção do site de Carla Zambelli. Segundo Jean, o valor de R$ 3 mil que ele repassou ao hacker foi pago com dinheiro próprio, para Delgatti fazer melhorias no site da deputada.
Carla Zambelli admitiu as transferências ao hacker e disse que os pagamentos foram feitos por serviços prestados ao site. A deputada disse que usou dinheiro pessoal e não a verba da cota parlamentar para a contratação do trabalho. Na segunda-feira, ela será ouvida na sede da PF, em São Paulo. A defesa da deputada disse que ainda não teve acesso aos autos e que, sem essas informações, a parlamentar poderá ficar calada no depoimento.