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Vini Jr. foi vítima de ofensas racistas pelo menos outras nove vezes

No Brasil, em 2021, foram registrados 64 casos de racismo no futebol, segundo Observatório

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vinicius junior beija mão em foto preto e branco
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Vinicius Junior, atacante que com apenas 22 anos já fez carreira internacional no Real Madrid e brilha pela Seleção Brasileira de Futebol, foi vítima de mais um ataque racista neste domingo (21.mai). A reação indignada do jovem jogador, que acabou expulso durante a partida entre Valencia e Real Madrid, pelo Campeonato Espanhol, é a revolta de quem já foi ofendido pelo menos outras nove vezes por causa da cor de sua pele.

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De acordo com o jornal esportivo As, da Espanha, os nove episódios anteriores tiveram suas denúncias arquivadas ou seguem em curso na Justiça. Nenhum clube ou torcida sofreu sanções ou medidas disciplinares. Ninguém foi punido. Os jogos seguem normalmente.

O primeiro caso de racismo sofrido por Vini Jr. como jogador merengue foi incluído na versão de 2021 do Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol, uma iniciativa do Observatório da Discriminação Racial no Futebol e do Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que passou a ser apoiada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em sua oitava edição.

No dia 24 de outubro de 2021, em um jogo contra o Barcelona, no Estádio Camp Nou, o atacante foi xingado de "macaco" por torcedores. A La Liga, entidade que organiza o Campeonato Espanhol, fez uma denúncia ao Ministério Público, mas o caso foi arquivado porque as autoridades não conseguiram identificar os autores dos gritos racistas.

Racismo no futebol brasileiro

O Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol registra, além das ocorrências com atletas brasileiros no exterior, episódios em solo brasileiro. Desde 2014, são contabilizados casos de racismo dentro e fora de estádios para mostrar que esses fatos "não acontecem de forma esporádica, são comuns".

De 2016 a 2019 os números dos casos de discriminação no esporte brasileiro aumentaram ano após ano. Em 2020, os casos tiveram uma queda de 50,65%, devido à pandemia, que paralisou os jogos e manteve os torcedores fora dos estádios de futebol.

Mas em 2021, mesmo com parte dos campeonatos sendo disputados sem torcida, os números voltaram a crescer e chegam próximos aos registrados em 2019, ano anterior a pandemia.

Dos 64 casos de racismo no futebol registrados em 2021, 37 aconteceram dentro de estádios, 14 pela internet e 13 em outros espaços, como programas esportivos ou espaços públicos.

gráfico 2

Os episódios que ocorrem em estádios de futebol podem ser julgados pela Justiça Desportiva. Dos 37 registrados em 2021, o Relatório encontrou informações de julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) e no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) de apenas quatro casos, que culminaram em duas condenações e duas absolvições. Uma quinta ocorrência foi julgada e punida pela Comissão de Justiça Desportiva da Liga Ituiutabana de Futebol, de Minas Gerais.

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