Homem apontado como líder do PCC é encontrado morto em São Paulo
Japa, como era conhecido, seria responsável por julgar e executar desafetos da facção

SBT News
Um homem apontado pela polícia como um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi assassinado em São Paulo. Ele era ligado ao traficante Anselmo Santa Fausta, executado há pouco mais de um ano, e ao empresário Antônio Vinicius Gritzbach, que está preso, suspeito de ser o mandante do crime.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Rafael Maeda Pires, de 31 anos, conhecido como Japa, foi encontrado morto dentro de um carro, no estacionamento de um prédio comercial, na zona leste de São Paulo. A causa da morte foi um tiro na cabeça.
O carro estava ligado e com a porta do motorista aberta. Rafael Maeda estava com as pernas para fora e tinha uma pistola na mão direita. O tiro atravessou a cabeça. No chão, perto do carro, havia um projétil. O celular dele não foi localizado.
O corpo foi encontrado pelo zelador do prédio. Ele disse aos policiais que não ouviu o barulho do disparo. Japa teria ido ao local pra ver um conjunto comercial que pretendia alugar. O caso será investigado pelo departamento de homicídios. Nenhuma possibilidade foi descartada pelos policiais, nem a de um suicídio.
Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público, Maeda era integrante do PCC. Além de controlar pontos de vendas de drogas na zona leste, ele era conhecido por chefiar o chamado tribunal do crime. Ele teria o papel de julgar e executar desafetos da facção.
Japa chegou a ter a prisão decretada durante a investigação de uma série de assassinatos que começaram em 2021. O traficante Anselmo Santa Fausta, parceiro de Japa, foi assassinado numa emboscada, no dia 27 de dezembro. Segundo a polícia, o mandante do crime é o empresário Antonio Vinicius Gritzbach, que está preso.
Em depoimento, Antonio Vinicius disse que foi sequestrado por integrantes da facção para ser julgado pela morte de Anselmo. Um dos juízes era Rafael Maeda. O empresário foi salvo por Claudio Marcos de Almeida, o Django, outro integrante do PCC. Dias depois, Django foi assassinado por ordem da facção.
Rafael Maeda também era testemunha no processo sobre a morte de Anselmo Santa Fausta. Há uma semana, ele foi interrogado pela Justiça. No depoimento, ele negou fazer parte da facção: "não faço parte, nunca fiz, não vou fazer". Ele também negou ter sequestrado o empresário para ser julgado pela facção.
Japa confirmou que Anselmo estava irritado com um investimento feito por Antonio Vinicius em criptomoedas. Este seria, segundo a polícia e o Ministério Público, o motivo do crime. Anselmo cobrou o empresário pelo prejuízo milionário e teria sido morto por isso. À Justiça, Rafael Maeda também negou que Anselmo era um traficante de drogas.
Leia também: