Casos de covid crescem e festas de fim de ano trazem alerta
Menos da metade da população recebeu reforço e vacina bivalente não tem previsão de distribuição
Flávia Travassos
O Brasil observou, nos últimos meses, um crescimento nos casos de covid-19. Com as festas e fim de ano, os médicos alertam para riscos maiores de contaminação -- e este é um presente ameaçador que ninguém quer ganhar.
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Uma nova variante é a responsável pelo aumento das notificações. Segundo Júlio Croda, médico infectologista da Fundação Oswaldo Cruz e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, a nova onda é causada pela variante BQ1, circulante em todos os estados e que apresenta um escape à resposta imune. "Quem já se infectou no passado, seja no início de janeiro, no meio de janeiro ou maio, pode se infectar novamente", alertou Croda.
Mais da metade dos estados registraram alta nos casos e 48,2% dos municípios se depararam com o mesmo cenário. Em uma semana, idades registraram mais de 100 casos da doença por 100 mil habitantes, um número alto.
Para Jorge Kalil, diretor-presidente do Instituto Todos Pela Saúde, um fator é determinante para essa situação: locais com menor número de vacinados, afetando as regiões norte e nordeste, com percentuais menores de imunizados.
Em 1.dez foram 35.978 casos no Brasil. Vinte dias depois, o número saltou para 48.404, uma alta de 34,5%. O número de mortes também passou de 144 para 191, com percentual próximo ao de casos: 32,6%.
Para mitigar e mudar esse cenário, os especialistas insistem e enfatizam: a vacinação é a principal maneira de evitar a forma grave da doença. Os médicos também alertam para a importância da vacina bivalente, que protege contra mais de uma variante do vírus.
O imunizante, já recebido pelo Ministério da Saúde, ainda não tem previsão de quando será distribuído no país. A Pfizer entregou mais de 15 milhões de doses da vacina e outras 3,2 milhões deverão ser entregues até o final do ano.
Cerca de 85% dos brasileiros tomaram a primeira dose, enquanto 66% foram imunizados com a segunda. Porém, menos da metade da população recebeu a primeira dose de reforço. Por isso, é fundamental completar o esquema vacinal e evitar a contaminação, ainda que nesta época do ano seja uma missão mais difícil. O uso de máscara, sob qualquer sintoma gripal, é fundamental.
