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Familiares encontram imagens que inocentam jovens presos

Jovens são acusados de assaltar um corretor de imóveis, mas estavam a 7 km do local do crime

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As famílias de três jovens acusados de assaltar um corretor de imóveis, no dia 15 de novembro, na zona norte de São Paulo, se uniram para tentar provar que eles são inocentes, usando imagens de câmeras de segurança que mostram que os rapazes não estavam no local na hora do crime. Um adolescente, de 17 anos, que também foi apreendido no mesmo dia, já foi solto.

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Os familiares de Allan Jordan Pereira Mazetto, de 21 anos, Rafael Marega Marques de Aquino, de 21 anos, e Lucas Almeida Brito, de 20 anos, encontraram pelo menos três câmeras de segurança que registram o caminho feito por eles no dia 15.

A vítima, de 36 anos, contou aos policiais que marcou um encontro por aplicativo na avenida Deputado Cantídio Sampaio, na Brasilândia, zona norte da capital paulista, às 06h45. No local, ele foi rendido por quatro bandidos, um deles com uma arma em punho. O corretor de imóveis afirmou que foi levado para uma viela, agredido com socos e pontapés e teve o celular e cartão do banco roubados. Quando percebeu que a arma dos criminosos não tinha munição, ele reagiu, conseguiu escapar e entrou dentro de um ônibus.

Ao avistar uma viatura policial, o homem desceu e pediu ajuda. Ele foi levado pelos PMs ao local do crime e quando o carro com os quatro jovens passou por eles, a vítima gritou dizendo que os meninos dentro do carro eram os criminosos. "Olha eles lá, são estes aí!", teria dito o corretor de imóveis. Os policiais então abordaram os quatro e eles foram presos.

Mas as imagens mostram que, neste horário, Allan, Rafael, Lucas e o adolescente estavam voltando, de carro, de um baile que fica a mais de sete quilômetros de distância do local onde aconteceu o assalto. A festa era na rua Amaravati, na zona oeste de São Paulo.

Em uma das imagens obtidas pela família, o veículo -- um Citroen Xsara, azul -- passa pela Estrada de Taipas, na altura do número 3932, às 06h58. Logo em seguida, às 07h, o carro aparece em imagens de uma câmera localizada na avenida Deputado Cantídio Sampaio, número 6253. Em uma terceira imagem, às 7h10, o veículo está na mesma avenida, na altura do número 2553, perto de onde o roubo aconteceu. Essa última câmera flagra quando o carro com os jovens é seguido por viaturas da polícia.

Segundo o adolescente, quando eles passaram pelos policiais militares, pensaram que fosse uma blitz. "Quando eu olhei pra esquerda o policial já estava com arma dentro do carro praticamente, quando eu desci já tinha outro policial me jogando pro chão, mandou colocar a mão pra trás".

Com os quatro não foram encontrados nenhuma arma e nem o celular do corretor de imóveis. Mesmo assim, por causa do depoimento da vítima -- que afirmou ter reconhecido "sem qualquer dúvida" os jovens e o adolescente como sendo os autores do crime, eles foram detidos. O menor apreendido foi levado para a Fundação Casa e solto, no último dia 24, por um juiz da Vara da Infância e da Juventude. Os três jovens seguem presos no Centro de Detenção Provisória de Osasco, na região metropolitana de São Paulo.

Todos eles trabalham e nunca tiveram passagem pela polícia. As imagens, que comprovam a inocência deles, já foram enviadas para a Justiça. Em uma primeira análise, a juíza Carla Santos Balestreri, da Vara de Plantão Criminal da Capital, afirmou que "há nos autos indícios suficientes de autoria e prova da materialidade a autorizar a manutenção da prisão preventiva".

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