Restrições reduziram entrada da covid no Brasil, mas não circulação
Estudo do Butantan explica que viagens entre estados auxiliaram na disseminação do vírus
![Restrições reduziram entrada da covid no Brasil, mas não circulação](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FOutro_achado_do_estudo_foi_que_o_Brasil_exportou_o_virus_da_covid_para_outros_paises_10_vezes_mais_do_que_importou_Unsplash_cb3a634e77.jpg&w=1920&q=90)
Um estudo do Instituto Butantan, em colaboração com outras instituições, apontou que as medidas restritivas adotadas durante a pandemia não foram suficientes para conter a circulação interna da covid-19. Segundo o texto, publicado na revista Nature Microbiology, as iniciativas diminuíram a importação e exportação do vírus, mas não deixaram de aumentar os casos da doença no país.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
O cenário pode ser explicado pelas viagens entre os estados, que continuaram acontecendo em 2020, facilitando a transmissão interna do coronavírus no Brasil. Os eventos de importação e exportação, que foram reduzidos naquele momento, também voltaram a subir após o relaxamento das medidas. O resultado, então, veio em janeiro de 2021, com a rápida disseminação de variantes de preocupação.
Outro achado do estudo foi que o Brasil exportou o vírus para outros países 10 vezes mais do que importou. "Esse dado pode indicar que as medidas internacionais foram mais efetivas do que as nacionais, diminuindo a chegada de novas variantes no país. Como as restrições no Brasil não foram tão severas em relação a viagens, por exemplo, acabamos exportando mais", explica o pesquisador do Butantan Vincent Louis Viala.
+ País registra mais de 3 mil novos casos de covid-19 em 24 horas
No geral, as exportações brasileiras tiveram maior impacto nos países da América do Sul, sobretudo no Paraguai. Já em relação às importações, de acordo com Vincent, a maior parte foi procedente de países europeus. "Nós supomos que se o Brasil tivesse adotado uma restrição maior em relação a viagens europeias, poderíamos ter tido um menor número de casos", aponta.