Professor e juiz é acusado de assédio por diversas alunas
Homem é acusado de abordar estudantes pela internet
José Luiz Filho
Um professor de cursinhos preparatórios para concurso e juiz do trabalho substituto em um fórum da cidade de São Paulo é acusado de assédio por várias mulheres.
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As denúncias foram feitas nas redes sociais. Uma página, que divulgava concursos públicos, convocou mulheres que poderiam ter sido vítimas de um professor. Logo o nome do acusado veio à tona: Marcos Scalércio.
Segundo um relato, o professor abordava as alunas pela internet e, quando elas não correspondiam às investidas, sofriam retaliação.
Uma estudante afirma ter sido surpreendida durante uma vídeo chamada, cujo objetivo era uma revisão de prova.
Após a divulgação dos primeiros relatos, vários outros surgiram e chegaram ao conhecimento da Me Too Brasil, organização de apoio a vítimas de assédio e abuso sexual. Com ajuda da entidade, três mulheres denunciaram o juiz, em casos que ocorreram em 2014, 2018 e 2020.
"Em todos os relatos das vítimas que a gente já ouviu, o comportamento deles, o modus operandi dele é o mesmo, é acusar a vítima e forçadamente tentar contato físico ou beijá-las", afirma Luanda Pires, diretora de relações institucionais da Me Too Brasil.
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, a que o juiz Marcos Scalércio é subordinado, informou que assim como ocorre com qualquer reclamação disciplinar, o caso envolvendo o magistrado foi apurado pela Corregedoria e levado ao Tribunal Pleno do órgão.
As partes envolvidas prestaram depoimento, mas as denúncias acabaram arquivadas por falta de provas. O TRT-2 esclareceu ainda que, até o momento, não recebeu do Conselho Nacional de Justiça uma nova determinação sobre o assunto. Caso isso aconteça, uma nova apuração será realizada.
Marcos Scalércio continua exercendo suas funções como professor e como juiz. A defesa afirma que ele não responde a qualquer processo criminal e se coloca à disposição para contribuir com as investigações.
"A gente espera que a Justiça tome as atitudes que devem ser tomadas, que deem o exemplo e que a gente consiga começar institucionalizar uma política de consequências em razão desses assédios sexuais", diz Luanda Pires.
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