A uma semana do fim, vacinação contra sarampo atingiu só 29% do público
Meta do Ministério da Saúde é imunizar 95% das crianças com menos de cinco anos de idade
SBT Brasil
A menos de uma semana do fim da campanha, a vacinação contra o sarampo está longe de atingir a meta do Ministério da Saúde. Até o momento, a campanha nacional de imunização atingiu apenas 29,13% das crianças.
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Yuri faz careta na hora da picadinha. Ele tem três anos e precisa ser imunizado. "A gente sabe que futuramente para que não possa vir a ter problema aí, depois a gente fica reclamando né?", diz o avô, o aposentado Fábio Oliveira.
No Brasil, o avô do Yuri ainda é uma minoria. Um exemplo é outro posto, no centro de Belém, no qual nenhuma criança tinha sido vacinada contra o sarampo na última 5ª feira (26.mai). Segundo o Ministério da Saúde, menos de 30% das crianças de seis meses até cinco anos foram imunizadas. A doença é grave, provocada por um vírus, e extremamente contagiosa.
Os sintomas principais são febre, tosse, irritação nos olhos, coriza e manchas avermelhadas pelo corpo.
Segundo o Observatório de Saúde na Infância, que reúne pesquisadores da Fundação Osvaldo Cruz e recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), nenhum estado atingiu, no ano passado, a meta de vacinação contra o sarampo de 95% das crianças menores de cinco anos. Minas Gerais teve o melhor desempenho (68,03%) e o Pará, o pior (27,69%).
O motivo da baixa procura, segundo a pesquisadora Patrícia Boccolini, coordenadora do Observa Infância, está na circulação de notícias falsas: "Você não vê ninguém mais com sequelas de meningite, de pólio, de sarampo, e quando você não vê mais isso, às vezes passa a falsa sensação de que essas doenças não existem mais e aí é que está o problema".
Há três anos, o Brasil perdeu o selo de país livre do sarampo. Nesse período, 26 crianças com até cinco anos morreram por causa da doença, apesar das campanhas de vacinação. "Pensar que uma hospitalização e o óbito, qual o custo disso? Não só financeiro, emocional, é uma criança. A gente está falando aqui de mortes infantis", acrescenta a especialista.
