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Jornalismo

Caminhoneiros viram alvo de sequestros relâmpago em São Paulo

Golpistas fazem falsos anúncios de fretes em aplicativos com valor acima da média para atrair motoristas

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O estado de São Paulo registra um crescimento dos sequestros relâmpago em 2021. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, foram 720 sequestros nos 10 primeiros meses deste ano. Em 2020, no mesmo período, foram 637.

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Imagens exclusivas mostram que, agora, os novos alvos são os caminhoneiros, que são feitos reféns e obrigados a transferir dinheiro para os sequestradores, enquanto o caminhão é levado para o Paraguai. Na comunidade Recanto dos Humildes, em Perus, na zona norte da capital paulista, a Polícia Civil descobriu mais um cativeiro usado para vítimas de sequestros relâmpago.

O homem que alugou o cativeiro para a quadrilha e outros três suspeitos acabaram presos. A quadrilha roubou um caminhão e ainda deu um prejuízo de R$ 40 mil ao caminhoneiro, que voltou pra Minas Gerais sem nada. "Fizeram pix, cartão de credito,  levaram tudo, me deixaram sem nada. Levaram havaiana, escova de dente, não sobrou nada", contou o motorista.

Os sequestros de caminhoneiros começam sempre do mesmo jeito: criminosos fazem um anúncio falso de fretes em sites e aplicativos, o motorista oferece o transporte e vai buscar a carga.

Ademilson Ribeiro de Santana, que está na estrada há 11  anos, escapou por pouco: "Quando eu cheguei tinha uma pessoa no meio da praça, quando eu fui bater no portão apareceram mais dois indivíduos na frente do meu caminhão me chamando com uma prancheta, aí eu falei 'isso é golpe, né?'".

Esse aumento da violência contra os caminhoneiros tem ligação direta com a crise econômica do país. Com pouca oferta de trabalho, os motoristas são atraídos por fretes com valor acima da média de mercado, e esta é a primeira isca dos ladrões para atrair as vítimas.

"Ele acaba o anúncio ja mandando seu dados, foto do caminhão e onde tem o problema. Por trás disso esta pessoa que esta fraudando, o estelionatario, vai pegando todos os seus dados e escolhendo até o caminhão que quer, né?", afirma José Michel Feitosa Correia, dono de estacionamento.

Segundo a Polícia Civil, manter o caminhoneiro em um cativeiro por tanto tempo tem uma explicação. "O caminhao às vezes é mandado para o Paraguai e lá é vendido e e. Esse tempo que ele fica dentro do cativeiro é o tempo suficiente para o caminhão chegar até o destino que eles desejam", explica o delegado José Roberto Lopes.

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