Policiais que mataram dois inocentes em São Paulo são afastados
Mecânico e morador de rua foram vítimas de operação desastrosa
SBT News
A Secretaria da Segurança Pública afastou os policiais civis envolvidos na operação desastrosa que matou duas pessoas e feriu outras duas, na zona leste de São Paulo. A família de uma das vítimas, que morreu com um tiro na cabeça, falou com exclusividade ao SBT Brasil. Os parentes contestaram a informação da polícia de que o homem era morador de rua.
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Para a Polícia Civil de São Paulo, ele era um desconhecido, um usuário de drogas, morador de rua, sem nome e sobrenome. Com medo, os parentes de José Domingos dos Santos, morto aos 62 anos, só aceitaram falar por telefone, sem serem identificados.
"Se vocês vierem aqui na rua e perguntarem: quem era pai véio? Todo mundo vai dizer quem era, entendeu? Ele catava a reciclagem dele, ele fumava as coisas dele, mas, era com o dinheiro dele, entendeu? Ele fazia bico de pedreiro, ele sempre foi trabalhador", disse um dos familiares.
José levou um tiro na cabeça disparado por um dos investigadores do 24º Distrito Policial, numa operação desastrada, em uma comunidade em Itaquera, na zona leste. Na ação, os policiais mataram o mecânico Guilherme Tiberio de Lima, de 25 anos, que não parou o carro em uma barreira porque teria confundido os policiais com assaltantes.
No bloqueio, durante a madrugada, as viaturas oficiais não estavam à mostra. Um dos tiros acertou seu José, que estava sentado na calçada, e uma pessoa que estava perto de um ponto de ônibus. Os agentes ainda espancaram o primo do mecânico e são suspeitos de colocarem uma arma de brinquedo no carro dele pra justificar a sequência de erros.
A família de seu José sequer foi procurada pela polícia e só soube da morte dele por um vizinho. "Um dos amigos dele veio bater no meu portão para contar o que tinha acontecido, que meu pai tinha levado um tiro na testa", relatou um parente.
A operação aconteceu na 5ª feira da semana passada e só agora a Secretaria da Segurança Pública informou que os policiais foram afastados. No local do crime, as pessoas não falam sobre o que aconteceu. Policiais teriam feito ameaças de que voltariam se fossem denunciados. O caso foi registrado no departamento de homicídios, mas está sendo investigado pela corregedoria da Polícia Civil.
