Saúde alega baixa efetividade em idosos para não usar mais CoronaVac
Ministério foi questionado sobre o tema pela CPI da Covid, que apura possíveis irregularidades das autoridades
O Ministério da Saúde afirmou, em esclarecimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, que pode deixar de usar a vacina CoronaVac em 2022 por conta de uma suposta baixa efetividade do imunizante em idosos com mais de 80 anos. As informações foram prestadas após questionamentos feitos pelos senadores que comandam o colegiado.
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"Finalizando os itens, a razão sobre a possível descontinuidade da vacina Coronavac no ano de 2022 está diretamente relacionada com condição de sua avaliação pela Anvisa. Até o presente momento a autorização é temporária de uso emergencial, que foi concedida para minimizar, da forma mais rápida possível, os impactos da doença no território nacional", argumentou o Ministério da Saúde.
"Além do fato de estudos demonstrarem a baixa efetividade do imunizante em população acima de 80 anos; discussões na Câmara Técnica que não indicaram tal imunizante como dose de Reforço ou Adicional- conforme NT Técnicas SECOVID, assim, no atual momento, só teria indicação como esquema vacinal primário em indivíduos acima de 18 anos. Há estudos em andamento que sinalizam que mesmo usando em esquema vacinal primário há que se considerar uma terceira dose", acrescentou a pasta em sua resposta.
No entanto, estudos feitos recentemente mostram que o imunizante produzido no Brasil pelo Instituto Butantan é eficiente contra a covid-19 em todas as faixas etárias de pessoas com mais de 18 anos, incluindo os idosos acima dos 80 anos.
Uma pesquisa divulgada pelo Butantan revela que, de março a agosto deste ano, a média semanal de mortes provocadas pela covid no Brasil teve queda de 88% entre pessoas acima de 70 anos. De acordo com o centro de pesquisa, o dado reforça a eficácia e efetividade da CoronaVac, pois mais de 80% dos idosos nessa faixa etária receberam o imunizante.
Outro estudo, este feito pelo pesquisador da Fundação Oswando Cruz na Bahia, Manoel Barral-Netto, mostra que o índice de proteção da CoronaVac contra mortes em idosos de 80 a 89 anos foi 67,2%.