Saúde diz ter distribuído vacinas dentro do prazo e atribui falha a estados
Reportagem aponta que mais de 26 mil das vacinas aplicadas contra covid no Brasil estavam vencidas
O Ministério da Saúde atribui a suposta aplicação de doses de vacinas contra covid-19 vencidas a uma falha de gestão estadual. Em nota divulgada na tarde desta 6ª feira (2.jun), a pasta afirma que não distribuiu nenhuma dose vencida aos estados e Distrito Federal.
A divulgação veio em resposta à reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada mais cedo. O texto denuncia que mais de 26 mil vacinas da AstraZeneca aplicadas contra a covid-19 no Brasil estavam vencidas. A maior parte das doses teriam sido aplicadas em Maringá, no Paraná.
O Ministério da Saúde também afirma que doses aplicadas após o vencimento não são consideradas válidas. E que é necessário receber uma nova dose de vacina contra covid-19, em um período de pelo menos 28 dias desde o recebimento da dose errada.
Segundo o ministério, as doses entregues aos estados devem ser distribuídas imediatamente aos municípios. E que "cabe aos gestores locais do SUS o armazenamento correto, acompanhamento da validade dos frascos e aplicação das doses, seguindo à risca as orientações do Ministério".
Segundo a reportagem, dados públicos do DataSus e Sage (Sala de Apoio à Gestão Estratégica) indicam que oito lotes de vacinas contra covid foram aplicados vencidos. A maioria é de doses que vieram do Instituto Serum, da Índia. A lista divulgada foi a seguir:
Número do lote
4120Z001 - vencido em 29.mar
4120Z004 - vencido em 13.abr
4120Z005 - vencido em 14.abr
CTMAV501 - vencido em 30.abr
CTMAV505 - vencido em 31.mai
CTMAV506 - vencido em 31.mai
CTMAV520 - vencido em 31.mai
4120Z025 - vencido em 4.jun
O número do lote é registrado no cartão de vacina, ou comprovante de vacinação recebido no dia da aplicação da dose. Se o registrado corresponder a um dos lotes acima, e a vacina tiver sido recebida após a data de vencimento, será necessário procurar uma Unidade Básica de Saúde para receber orientações e uma nova dose.
Reação
A Prefeitura de Maringá (PR), por outro lado, atribui o suposto problema ao Ministério da Saúde. Em nota divulgada nas redes sociais, a gestão municipal diz que o lançamento no sistema foi feito em data posterior à da aplicação em razão de erros no sistema Conect SUS.
A Secretaria de Estado do Rio de Janeiro afirmou, ao SBT News, que as doses foram repassadas aos municípios dentro dos prazos de validade. E disse apurar, junto às secretarias municipais, se há algum erro de registro das doses.
"Assim que as doses chegam à Coordenação Geral de Armazenagem (CGA) da SES, uma equipe de mais de 30 pessoas inicia o trabalho de separação, checagem de temperatura e documentação. Os imunizantes têm as validades e os lotes checados e cadastrados no sistema, assim como uma série de outros parâmetros exigidos por normas jurídicas relacionadas ao setor farmacêutico", diz trecho da nota encaminhada.