Governo de SP diz que não se opõe a realização da Copa América no estado
Segundo João Doria, CBF ainda não confirmou que São Paulo será um dos locais de jogos do torneio
SBT News
O Governo de São Paulo informou, nesta 2ª feira (31.mai), que não fará objeção caso a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) defina São Paulo como um dos locais de jogos da Copa América. Durante a manhã, a Conmebol anunciou que o Brasil vai sediar o torneio após o agravamento da pandemia de covid-19 na Argentina. No início da noite, o governo federal afirmou que a decisão ainda não está definida, e deverá ser tomada na 3ª feira (1º.jun).
Saiba mais
+ Decisão sobre Copa América no Brasil sairá nesta 3ª feira (1º.jun)
De acordo com o comunicado divulgado pelo governo paulista, as partidas poderão ocorrer no estado, desde que os protocolos do Plano São Paulo -- que determinam que os jogos aconteçam sem a presença de público -- sejam obedecidos. Durante entrevista coletiva, realizada no Instituto Butantan, o governador João Doria (PSDB) afirmou que foi contatado pela CBF para conversar a respeito do torneio.
"A CBF, com a qual falamos hoje, o Walter Feldman, que aliás é médico e secretário geral da CBF, informa que a Copa América virá para o Brasil, mas não especificamente para São Paulo. Até porque os estádios aqui já estão ocupados pelos jogos programados para a Copa do Brasil e o Brasileirão", disse Doria.
Em seguida, o tucano ressaltou que a maior preocupação do governo paulista é combater a propagação da doença no estado. "O melhor jogo, é o jogo pela vida, são pessoas que vão lutar pela vida. Esse é o melhor campeonato e a melhor copa: a Copa da Vida".
+ Brasil vai sediar Copa América, anuncia Conmebol
Contexto inadequado
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também se manifestou após o anúncio da Conmebol. Segundo Leite, realizar a competição no país em meio ao aumento de casos e mortes em decorrência da doença é "inoportuno".
"O governo do Rio Grande do Sul não foi procurado nem pela CBF e nem pela Conmebol para tratar da Copa América. Recebemos os jogos em 2019, o que muito nos orgulha, mas, pessoalmente, entendo que seria inoportuno realizar a competição no Estado e no Brasil neste momento", destacou.
Ainda segundo o mandatário, o país precisa concentrar esforços no enfrentamento à pandemia e que, nesse contexto, torna-se inadequado sediar a competição. "O mundo infelizmente tem visto uma disseminação de novas variantes do coronavírus, e ampliar a circulação, com possíveis aglomerações e elevado trânsito de pessoas poderia ampliar o contágio".
Sede da Copa América
A Conmebol anunciou, no início da manhã, que o Brasil vai sediar a Copa América deste ano. A decisão foi tomada após reunião realizada na sede da entidade, no Paraguai. Argentina e Colômbia deixaram de ser sedes do evento devido a crises internas sociais e pela pandemia.
Em 20 de maio, a Colômbia, deixou de ser país-sede do torneio devido aos protestos e forte tensão social que aconteciam naquele momento no país. Manifestações contra uma proposta de reforma tributária se tornou uma série de reivindicações, inclusive com fortes críticas ao presidente Iván Duque.
Além disso, os conflitos deixaram 42 mortos e pelo menos 1.700 feridos. Com isso, muitos moradores da Colômbia deixaram claro que não querem o torneio de futebol no país. Com este cenário, a Conmebol avaliou que não teria condições de receber as partidas.
Confira abaixo a íntegra das notas:
Governo de São Paulo
"O Governo de São Paulo não fará objeção caso a CBF defina São Paulo como um dos locais de jogos da Copa América, desde que protocolos do Plano São Paulo sejam obedecidos."
Governo do Rio Grande do Sul
"O governo do Rio Grande do Sul não foi procurado nem pela CBF e nem pela Conmebol para tratar da Copa América. Recebemos os jogos em 2019, o que muito nos orgulha, mas, pessoalmente, entendo que seria inoportuno realizar a competição no Estado e no Brasil neste momento. Precisamos concentrar esforços no enfrentamento à pandemia e, nesse contexto, é inadequado que a competição ocorra aqui, mesmo sem público nos estádios. O mundo infelizmente tem visto uma disseminação de novas variantes do coronavírus, e ampliar a circulação, com possíveis aglomerações e elevado trânsito de pessoas poderia ampliar o contágio. Caso o Estado receba algum tipo de contato da Conmebol e da CBF, vamos levar o assunto para discussão com os outros Poderes e entidades que representam a sociedade gaúcha. Anteriormente, fizemos a liberação do futebol no Estado por conta da relevância da atividade, que interfere na economia por meio dos clubes locais, das mais variadas divisões, que precisam cumprir o calendário esportivo. Na minha opinião, essa necessidade não se aplica à Conmebol, e fazer a Copa América no Brasil e no Rio Grande do Sul agora seria acrescentar um problema ao país. Seria inoportuno e inconsequente."