SP adia flexibilização da quarentena e mantém fase de transição
Governo anunciou datas para início da vacinação de trabalhadores aeroviários e portuários
Guilherme Resck
A flexibilização da quarentena em São Paulo que havia sido anunciada para 1º de junho foi adiada e, dessa forma, a atual fase de transição será mantida até o dia 14 do mês que vem, segundo anúncio feito nesta 4ª feira (26.mai) pelo governador João Doria (PSDB) em coletiva. Por mais duas semanas, atividades comerciais e serviços gerais, o que inclui restaurantes e similares, salão de beleza e barbearia, atividades culturais e academias de esporte, têm autorização para funcionar entre 6h e 21h e com ocupação de no máximo 40% da capacidade.
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Cultos e outras cerimônias religiosas presenciais, além do toque de recolher das 21h às 5h, também foram mantidos. Outro anúncio feito pelo governo na coletiva é que trabalhadores aeroviários e portuários começarão a ser vacinados contra a covid-19 nos dias 28 de maio e 1º de junho, respectivamente. Os grupos somam 40 mil pessoas.
O Executivo paulista prevê agora também imunizar todos os cidadãos com idades entre 50 e 54 anos, de 2 a 16 de agosto, e com idades entre 45 e 49, do dia 17 ao 31 do mesmo mês. O público é composto por 3,6 milhões de pessoas. Até o momento, foram aplicadas 16.365.238 doses de imunizantes da covid em São Paulo, sendo 10.852.997 como primeira e 5.512.241 como segunda.
Segundo Doria, 1 milhão de testes rápidos de antígeno para covid-19 foram adquiridos e começarão a ser distribuídos aos 645 municípios do estado. O governo afirma que eles apresentam resultado em até 15 minutos e com alta acurácia. Em determinado momento da coletiva, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que "a testagem é a melhor forma de conter a pandemia". "Nesse momento, eu faço o teste, se vier um resultado positivo, as pessoas no seu entorno serão monitoradas com relação a sintomas e testadas, porque dessa forma nós poderemos fazer uma convivência adequada, segura e responsável com a nossa população", acrescentou.
Doria aproveitou a coletiva ainda para fazer um apelo à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que esta aprove com rapidez os testes da vacina Butanvac; o Executivo paulista enviará novos documentos e informações sobre o imunizante à agência daquia a dois dias e espera ter um retorno até 7 de junho para poder iniciar os ensaios clínicos com a substância.
Além disso, revelou que São Paulo fará eventos testes -- a exemplo de outros países -- com limitação de público, ambiente controlado e testagem dos participantes, entre 15 de junho e 30 de julho. Serão quatro eventos sociais (capital e interior), uma feira de negócios (Santos), duas feiras criativas (Campinas e Memorial da América Latina) e três festas (capital e interior).
Casos, mortes e internações
São Paulo soma agora 3.226.875 casos de covid-19 e 109.241 mortes provocadas pela doença. As taxas de ocupação dos leitos de UTI no estado e na Grande São Paulo são de 80,6% e 77,6%, respectivamente. No total, há 10.545 pessoas internadas em unidades e terapia intensiva e 12.554 em enfermarias. Segundo Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência da covid no território paulista, "as projeções indicam que neste mês ainda teremos algum recrudecimento nas próximas semanas". É esperada uma melhora nos índices na segunda quizena de junho ou início de julho.
João Gabbardo, coordenador executivo do centro de contingência, disse que o risco da variante indiana teve influência na decisão do governo de adiar a flexibilização da quarentena. Já Jean Gorinchteyn afirmou também que os números de novos infectados pelo novo coronavírus, internações e mortes causadas pela covid cresceram 8,3%, 7,8% e 4,6%, respectivamente, na última semana, em comparação com a anterior.
Assista à reportagem completa do SBT Brasil: