Jornalismo
1 ano de Covid-19 no Brasil: paciente relata sequelas 9 meses após infecção
Doença pode permanecer no organismo por longo período depois da contaminação, alerta especialista
SBT News
• Atualizado em
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Um ano após o primeiro caso de coronavírus confirmado no Brasil, o país já soma 251.498 mortes e 10.390.461 infectados, de acordo com o Ministério da Saúde. Dentre os milhares de pacientes há aqueles, mesmo sem terem apresentado graves sintomas da doença, com sequelas até hoje.
É o caso de Beatriz Fernandes, de 25 anos. Contaminada em maio de 2020, a advogada apresentou leves sinais, como dores no corpo e na cabeça, perda no olfato e paladar. A mãe também contraiu o vírus no mesmo período, mas viu todos os sintomas sumirem em 15 dias, enquanto a jovem não teve a mesma sorte.
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"Eu lembro até hoje a última coisa que eu senti o gosto: arroz, omelete e uma salada de atum com tomate. O gosto falhava", conta. "O tempo foi passando e nada do meu olfato voltar, e aí é quando dá um desespero", completa a jovem.
"As sequelas ocorrem após a fase aguda, de 10 a 14 dias, podendo permanecer por um prazo de até 6 meses", explica.
Beatriz começou o procedimento em agosto e, desde então, passou por diversas fases. Agora, consegue perceber cheiros, mas sem senti-los da mesma forma. Já no paladar, a evolução foi menor, e a advogada acredita que o progresso só ocorrerá após a recuperação completa do olfato. No entanto, até o momento nenhum médico garantiu a superação completa das sequelas, persistentes há nove meses.
"Eu, por experiência própria, falo o quão doloroso é querer comer e não sentir gosto de nada. [Ingerir] uma comida que você amava e agora ter um gosto insuportável. É muito triste", relata.
O otorrinolaringologista explica que, infelizmente, não há uma forma para evitar os efeitos do coronavírus, pois a doença se manifesta de formas diferentes dependendo do organismo da vítima.
Com a experiência de nove meses sofrendo as consequências do coronavírus, a jovem faz um apelo: "Eu peço muito para as pessoas ficarem em casa". Como retornou ao trabalho, a advogada pede cuidado. "Coloquem máscara, usem álcool gel, porque o pessoal não leva a sério. Só sabe quem passou por isso", diz.
É o caso de Beatriz Fernandes, de 25 anos. Contaminada em maio de 2020, a advogada apresentou leves sinais, como dores no corpo e na cabeça, perda no olfato e paladar. A mãe também contraiu o vírus no mesmo período, mas viu todos os sintomas sumirem em 15 dias, enquanto a jovem não teve a mesma sorte.
+ 1 ano de Covid-19 no Brasil: luto, negacionismo e busca por dias melhores
"Eu lembro até hoje a última coisa que eu senti o gosto: arroz, omelete e uma salada de atum com tomate. O gosto falhava", conta. "O tempo foi passando e nada do meu olfato voltar, e aí é quando dá um desespero", completa a jovem.
Sequelas podem permanecer por meses
O primeiro médico consultado recomendou apenas o uso de ácido alfa lipoico, sem nenhum tratamento adicional, afirmando sempre que com o tempo "ia voltar". As consequências do vírus, contudo, podem continuar durante meses no organismo, de acordo com o Dr. Levon Mekhitarian Neto, otorrinolaringologista do Hospital San Gennaro."As sequelas ocorrem após a fase aguda, de 10 a 14 dias, podendo permanecer por um prazo de até 6 meses", explica.
Beatriz começou o procedimento em agosto e, desde então, passou por diversas fases. Agora, consegue perceber cheiros, mas sem senti-los da mesma forma. Já no paladar, a evolução foi menor, e a advogada acredita que o progresso só ocorrerá após a recuperação completa do olfato. No entanto, até o momento nenhum médico garantiu a superação completa das sequelas, persistentes há nove meses.
"Eu, por experiência própria, falo o quão doloroso é querer comer e não sentir gosto de nada. [Ingerir] uma comida que você amava e agora ter um gosto insuportável. É muito triste", relata.
O otorrinolaringologista explica que, infelizmente, não há uma forma para evitar os efeitos do coronavírus, pois a doença se manifesta de formas diferentes dependendo do organismo da vítima.
"Pensávamos que as sequelas estavam ligadas à gravidade da doença, mas não, mesmo aqueles com poucos sintomas ou assintomáticos podem apresentar. Durante a infecção o paciente deve ser acompanhado por um médico e seguir à risca as orientações", esclarece.
Luta diária
De acordo com Beatriz, médicos chegaram a recusar atendimento no início da pandemia ao saberem do diagnóstico positivo para a Covid-19 e a falta de tratamento na hora correta pode ter sido um dos fatores para as sequelas persistirem até hoje.Com a experiência de nove meses sofrendo as consequências do coronavírus, a jovem faz um apelo: "Eu peço muito para as pessoas ficarem em casa". Como retornou ao trabalho, a advogada pede cuidado. "Coloquem máscara, usem álcool gel, porque o pessoal não leva a sério. Só sabe quem passou por isso", diz.
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