Jornalismo
Pressionado, Bolsonaro mandou Pazuello acelerar compra de vacinas da Pfizer
Deputados da base aliada do governo criticaram o presidente diante do protagonismo assumido por Doria
Mariana Zylberkan
• Atualizado em
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Pressionado por deputados da base aliada, que se irritaram com o protagonismo assumido pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em relação à vacinação contra o coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro passou a cobrar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, força total para obter doses do laboratório Pfizer, que começou a aplicar as primeiras doses na Inglaterra no início desta semana.
A pressão pela negociação com a Pfizer ficou evidente em reuniões internas entre o ministro e técnicos que, até então, não tinham obtido ordens nesse sentido. Os técnicos advertiram Pazuello sobre o alto custo da compra da vacina do laboratório alemão, que exige resfriamento de 70ºC negativos para armazenar as doses. A exigência dificultaria o transporte para áreas mais remotas do país, que não dispõe desse tipo de equipamento. O laboratório, porém, declarou que o refrigeramento não influencia na efetividade da vacina. Além disso, diante da demora do governo brasileiro em manifestar interesse na transação, o laboratório afirmou não ter tempo hábil de fornecer as doses de forma imediata. O protocolo de entendimento entre a Pfizer a o Ministério da Saúde foi assinado na última segunda-feira (7 dez.) para a compra de 70 milhões de doses. Até então, a última reunião do laboratório com o ministério havia sido em setembro, junto com outras farmacêuticas, para firmar o interesse em fornecer suas vacinas ao governo brasileiro.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), está entre os aliados que se mostraram mais incomodados com a situação. Ele externou a insatisfação publicamente durante reunião de Pazuello com governadores no início da semana, quando acusou Doria de atropelar a Anvisa e anunciar o início da vacinação em São Paulo a partir do dia 25.
Outro tremor do governo é em relação à possibilidade de o Supremo Tribunal Federal determinar o início imediato da vacinação uma vez que as doses de coronavac estejam disponíveis. O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), entrou com representação na corte para fazer valer o uso emergencial dos medicamentos, sem passar pelo processo de avaliação da Anvisa. A Ordem dos Advogados do Brasil também fez pedido semelhante ao STF.
Nesta quinta-feira, a Anvisa deliberou em reunião da diretoria colegiada a autorização emergencial para uso de vacinas contra o coronavírus, sem passar pelo processo habitual da agência que pode durar 60 dias. A medida beneficia Doria, que anunciou no mesmo dia o início da produção da coronavac na fábrica do Instituto Butantan, em São Paulo. O instituto, porém, deve protocolocar o pedido emergencial apenas no próximo dia 15, quando será divulgado o resultado preliminar de efetividadde a partir do estudo técnico da vacina, que ainda não foi concluído.
A pressão pela negociação com a Pfizer ficou evidente em reuniões internas entre o ministro e técnicos que, até então, não tinham obtido ordens nesse sentido. Os técnicos advertiram Pazuello sobre o alto custo da compra da vacina do laboratório alemão, que exige resfriamento de 70ºC negativos para armazenar as doses. A exigência dificultaria o transporte para áreas mais remotas do país, que não dispõe desse tipo de equipamento. O laboratório, porém, declarou que o refrigeramento não influencia na efetividade da vacina. Além disso, diante da demora do governo brasileiro em manifestar interesse na transação, o laboratório afirmou não ter tempo hábil de fornecer as doses de forma imediata. O protocolo de entendimento entre a Pfizer a o Ministério da Saúde foi assinado na última segunda-feira (7 dez.) para a compra de 70 milhões de doses. Até então, a última reunião do laboratório com o ministério havia sido em setembro, junto com outras farmacêuticas, para firmar o interesse em fornecer suas vacinas ao governo brasileiro.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), está entre os aliados que se mostraram mais incomodados com a situação. Ele externou a insatisfação publicamente durante reunião de Pazuello com governadores no início da semana, quando acusou Doria de atropelar a Anvisa e anunciar o início da vacinação em São Paulo a partir do dia 25.
Outro tremor do governo é em relação à possibilidade de o Supremo Tribunal Federal determinar o início imediato da vacinação uma vez que as doses de coronavac estejam disponíveis. O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), entrou com representação na corte para fazer valer o uso emergencial dos medicamentos, sem passar pelo processo de avaliação da Anvisa. A Ordem dos Advogados do Brasil também fez pedido semelhante ao STF.
Nesta quinta-feira, a Anvisa deliberou em reunião da diretoria colegiada a autorização emergencial para uso de vacinas contra o coronavírus, sem passar pelo processo habitual da agência que pode durar 60 dias. A medida beneficia Doria, que anunciou no mesmo dia o início da produção da coronavac na fábrica do Instituto Butantan, em São Paulo. O instituto, porém, deve protocolocar o pedido emergencial apenas no próximo dia 15, quando será divulgado o resultado preliminar de efetividadde a partir do estudo técnico da vacina, que ainda não foi concluído.
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