Caso Raíssa: Laudo apontará se sêmen encontrado no corpo é de acusado
Camiseta usada pelo garoto, de 12 anos, e que está com manchas de sangue também passará por análise
SBT News
Um laudo, que deve ficar pronto nesta semana, apontará se o sêmen encontrado no corpo de Raíssa Eloá, de 9 anos, é do adolescente, de 12, acusado pelo assassinato dela.
Além do laudo de confronto de DNA, uma camiseta usada pelo garoto e que possui manchas de sangue passará por análise. Em depoimento, o acusado alegou que passou a mão no sangue que estava no terreno, cheirou e limpou na camisa. Porém, para a polícia, não há dúvidas de que o garoto participou do assassinato.
A afirmação é baseada em depoimentos de testemunhas e em imagens de câmeras de segurança, onde o menino aparece levando Raíssa para o local de sua morte. Em uma de suas versões, o rapaz chegou a dizer que um homem em uma bicicleta seria o autor do crime, mas logo depois acabou confessando o homicídio.
Raíssa teria ainda sofrido abuso sexual antes de ser morta por asfixia pelo menor. A violência sexual foi confirmada pelo laudo do Instituto Médico Legal, que anteriormente também atestou que ela foi agredida.
Segundo o delegado, Luiz Eduardo Marturano, apesar da pouca idade, o acusado tinha condições físicas de espancar e estuprar Raíssa, tanto que a escola onde o menino estudava enviou diversos relatórios à família e ao Conselho Tutelar, informando sobre o comportamento agressivo e obsceno dele com os colegas.
Ainda de acordo o delegado, o último registro de agressividade ocorreu no dia 23 de setembro, seis dias antes da morte de Raíssa, onde ele espetava as crianças com agulhas. O garoto chegou a ser suspenso, mas nenhum representante legal compareceu à escola para tomar conhecimento.
O Caso
Raíssa Eloá foi com a mãe e o irmão a uma festa no Centro Educacional Unificado de Perus, região norte de São Paulo, na manhã do dia 29 de setembro.
A garota foi levada a pé do local por um adolescente, colega dela, até o Parque Anhanguera, na zona norte da capital paulista. Após duas horas, o garoto procurou a Guarda Civil e disse ter encontrado o corpo de Raíssa pendurado em uma árvore, com sinais de violência.
O menor de 12 anos foi apreendido e encaminhado ao Departamento de Homicídios, onde contou três versões para o mesmo crime. Em seu último depoimento, o garoto confessou ter matado sozinho a menina Raíssa e afirmou ter usado um galho de árvore para golpeá-la.
Raíssa era autista e fazia acompanhamento há um ano. Ela e o assassino moravam a 100 metros de distância e, até o dia do crime, o adolescente nunca havia apresentado comportamento fora do normal com a menina.